dc.description.abstract | Nesta coletânea de artigos, mesclam-se harmonicamente memórias e ficção narradas sob as vozes dos Sertões, da Caatinga, da Amazônia, do Cerrado, dos Pampas e de muitos outros lugares, revelando a “Geopoesia.br” — espacialidades de Brasis múltiplos, feitos de gentes sertanejas, caipiras, indígenas, quilombolas, centroestinas, “do mato”, “da roça”, “da floresta”... enfim, de gente “lá de fora”, de longe dos centros e que constituem e são constituídas pelas suas paisagens e narrativas, pela palavra viva, pulsante, transformadora. Buscando evitar uma perspectiva essencializada de cultura e identidade, deseja-se rasurar o modelo epistemológico consensual que desconsidera a diferença e naturaliza relações assimétricas no âmbito do simbólico, tendo em vista que “a descolonização já não é um projeto de libertação das colônias, com vista à formação de Estados-nação
independentes, mas sim o processo de descolonização e de socialização do conhecimento” (MIGNOLO, 2004, p. 668). A construção de contradiscursos apresenta a possibilidade de indagar, discutir e problematizar elementos discursivos que nem sempre aparecem na superfície dos textos, mas que dominam ou determinam internamente as concepções que formam pontos de vista fundamentais sobre a cultura. | pt_BR |