“Não é pornografia, é produção de conteúdo!”: entre paradoxos e reconfigurações do mercado sexual em ambientes digitais

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Data
2024-12-20Autor
Cunha, Jessica Rodrigues Araujo
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Esta tese tem como objetivo analisar, de forma antropológica, uma nova forma de produzir pornografia nas interfaces digitais conhecida como produção de conteúdo +18, aspecto desenvolvido, atualmente, na figura de suas agentes e de seus consumidores múltiplos em uma rede global online. Frente a isso, são discutidas e analisadas a relação da mulher na sociedade moderna e a produção fílmica de material sexual, além disso, através de acompanhamentos e imersões online são apresentadas a produção pessoal de material considerado pornográfico e sexual de jovens mulheres em plataformas digitais como um tipo de trabalho emergente em uma sociedade em crise. Nesse sentido, a possibilidade de tornar o corpo feminino em um produto exposto no universo digital, tendo como base plataformas como Onlyfans, Privacy e Instagram surge como uma questão antropológica a ser trabalhada. E partindo de modelos neoliberais e mercantis os dispositivos digitais estudados (plataformas, mídias, redes sociais) nos mostram formas de uma produção pornográfica como um objetivo de um capitalismo de plataforma, ou seja, lucrar ao captar mais mulheres e consumidores em uma lógica de exposição, vigilância e controle. Desse modo, a produção de uma pornografia de plataforma, vista como produção de conteúdo +18, acaba atraindo muitas mulheres jovens a trabalhar com suas imagens de si representadas por corpos sexualizados e fetichizados, o que aponta para uma demanda de consumo que precisa ser entendida sob o prisma de uma pesquisa antropológica e crítica.