Impacto de diferentes modelos de treinamento e subsequente destreino no tecido adiposo e variáveis associadas em ratos
Resumo
A Síndrome geral da adaptação e o modelo de supercompensação são pressupostos
frequentemente aplicados na ciência do exercício. Ao se considerar que a gordura é
tecido essencial e fonte energética primária para exercícios contínuos de intensidade
moderada (MICE), este tipo de esforço poderia promover compensação após período
de destreinamento. O objetivo do estudo foi investigar os efeitos de diferentes modelos
de exercício com subsequente destreinamento na celularidade do tecido adiposo de
ratos adultos. Esse é um estudo experimental no qual ratos foram alocados em três
grupos: i) Exercício contínuo de intensidade moderada (MICE); ii) Exercício
intermitente de alta intensidade (HIIT); e iii) Grupo controle (GC). Dados foram
coletados em três momentos, a saber: valores de base (T1), após isso os animais se
exercitaram em esteira durante oito semanas (T2) e, então, foram acompanhados por
quatro semanas após interrupção do exercício físico (T3). Para análise estatística, foi
realizada análise de variância de dois caminhos (ANOVA), com pós-hoc de Tukey
para grupo (GC, MICE ou HIIT) e de Bonferroni para momento (T1, T2 e T3). Para
massa periepididimal, GC apresentou aumento de 45% no pós destreino comparado
ao pós treino. Os grupos HIIT e MICE apresentaram valores inferiores no pós
destreino quando comparados ao GC. Na comparação entre grupos relativa ao delta
de variação entre pós treino e pós destreino, houve diferença na massa periepididimal
(p=0,012), com HIIT apresentando valores inferiores ao GC (p=0,009). A análise grupo
a grupo da área do adipócito periepididimal revelou diferenças entre momentos
(p=0,001), com o pós treino sendo inferior a pós destreino no HIIT (p=0,014) e no GC
(p=0,012). Em conclusão, nossos achados demonstraram efeitos positivos de ambas
intervenções (HIIT e MICE) no controle da massa do tecido adiposo periepididimal de
ratos adultos após 4 semanas de interrupção de exercício, com menor ganho de
massa no grupo HIIT. A determinação da área do adipócito apresentou valores
maiores no pós destreino comparados ao pós treino nos grupos HIIT e GC, o que
poderia ser considerado como hipertrofia das células do tecido adiposo periepididimal.