Síndrome de Burnout, atividade física e fatores ocupacionais que afetam os servidores públicos em uma universidade federal do sul do Brasil
Resumo
A Síndrome de Burnout (SB) é um disturbio ocupacional ocasionado pelo estresse
crônico interpessoal. Alguns fatores ocupacionais podem ser associados à SB como
a carga horária e o tempo de serviço. A prática regular de atividade física (AF) pode
auxiliar na redução dos efeitos danosos à saúde gerados pelas intensas e longas
jornadas de trabalho. O trabalho dos servidores técnico-administrativos (STA)
geralmente é caracterizado como repetitivo, enrijecido e de intenso contato com o
público. Assim, o objetivo principal deste estudo foi identificar a prevalência de SB e
sua associação com fatores ocupacionais e AF em STA em educação de uma
universidade federal do sul do Brasil. O estudo caracterizou-se por observacional de
corte transversal. A amostra foi composta por 203 STA. Foram coletados dados
sociodemográficos, econômico, nutricional, ocupacionais, SB (Maslach Burnout
Inventory – General Survey) e prática de AF no deslocamento e no lazer (Questionário
Internacional de Atividade Física – Versão Longa). As análises descritivas estão
apresentadas por cálculos univariados com média e desvio-padrão ou proporção e
intervalo de confiança, bivariados pelos testes de qui-quadrado de Pearson ou
tendência linear e multivariável pela regressão de Poisson, sempre adotando
significância para um valor p menor do que 0,05. A prevalência de SB entre os STA
foi de 50% e apresentaram associação significativa negativa com as faixas etárias a
partir dos 40 anos e as atividades administrativas ou de escritório. Apesar da AF não
apresentar associação com a SB neste estudo, a revisão sistemática de literatura
realizada neste projeto, mostrou que em metade dos estudos encontrados, houve
associação significativa inversa. Nesta revisão buscou-se revisar a literatura científica
sobre estudos observacionais que analisaram associações entre AF e SB em
diferentes categorias de trabalhadores. Dessa forma, sugere-se que uma atenção
maior deve ser dada pelos gestores da instituição de ensino superior, na busca por
políticas de gestão de pessoas que reduzam a SB das suas equipes de trabalho,
assim combatendo o adoecimento destes trabalhadores.