| dc.identifier.citation | AVILA, KATHLEEN ; MARICATTO, ISABELLA . ENTRELAÇO: encontros ao sul das linhas do horizonte. PIXO - Revista de Arquitetura, Cidade e Contemporaneidade, v. 6, p. 104-107, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/pixo/article/view/22281. Acesso em: 8 out. 2025. | pt_BR |
| dc.description.abstract | Esse texto propõe encontros e reflexões sobre a partilha de percepções e experiências
de duas pesquisadoras que no caminho das artes visuais teceram suas relações no
encontro com a cidade de Pelotas. Ao caminhar, a paisagem no horizonte se desfaz em
consonância com o ritmo dos nossos passos. O movimento de levar um pé diante do
outro, ora lento, ora apressado, fisicamente ou imageticamente, é algo pertencente ao
cotidiano. Desníveis que sugerem um relevo, a topografia de uma cidade, um território
corpo que se encontra e deixa rastros no chão. O contato rítmico dos pontos - ou
passos - seguem em uma cidade em devir pampa: Pelotas | SATOLEP! O horizonte se
fragmenta no caminhar da cidade localizada no sul do Rio Grande do Sul. Pelas ruas,
praças e parques a suavidade dos desafios topográficos indicam a sua planicidade
e propiciam o deslocamento fluido do corpo pelo espaço urbano. As verticalidades
encontram-se no brotar incidente de prédios contemporâneos de vários pavimentos
e outros, que procuram resistir ao tempo preservando a memória dos tradicionais
casarões, tipologias de residências interioranas e sobrados com muros baixos e jardins
à mostra, encontrados por toda a parte e especificamente nos bairros de uma região
denominada Porto. Meadas cotidianas é um ensaio visual em que compartilhamos
o mapeamento realizado pelo corpo artista sensibilizado e afetado pelo caminhar à
deriva. O ato de caminhar embasado pela noção de deriva aparece não apenas como
“uma peregrinação solitária ou coletiva em busca de territórios inexplorados, mas como
um dispositivo de interação para habitar territórios já habitados, ser hóspede e receber
hospitalidade” (CARERI, 2017, p.34). Trajetos que ultrapassam fronteiras, atravessam
asfalto, trilhas de paralelepípedos, ruas de chão batido, calçadas de concreto, caminhos
de pedra, trilhas de areia e veredas de mato, espaços sensibilizados pelos passos,
fragmentos sobrepostos na memória de horizontes caminháveis, corpo em devir
mapa. O corpo-mapa caminha e percorre os territórios do sul, passo a passo, tecendo
relações e conectando linhas de acesso à menires afetivos, também designados
como “pontos de referência, sinais ou lugares de pausa” (CARERI, 2013, p. 57). Não
dizem respeito a exatas representações cartográficas, mas sim entrelaçamentos de
encontros, paisagens e memórias. São pontos, lugares de travessia com intensidades
pulsantes, sensibilizado pelas memórias vivas da cidade que imprime seus afetos a
todo instante. | pt_BR |