Avaliação da atividade inibitória e antioxidante de óleos essenciais e nanoemulsões sobre Trichomonas vaginalis
Resumo
Trichomonas vaginalis é o protozoário flagelado causador da tricomoníase, infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum do mundo. Diante do aumento da prevalência de infecções resistentes ao metronidazol, o único medicamento reconhecido para o tratamento da tricomoníase, estudos vem sendo realizados em busca de alternativas terapêuticas. Os produtos naturais biologicamente ativos, como os óleos essenciais (OE), os quais se constituem em modelos para a síntese de novos fármacos, e podem tornar-se um novo recurso terapêutico com menores reações adversas associados à nanotecnologia. Neste estudo, foi avaliada a atividade tricomonicida in vitro dos óleos essenciais livres e nanoestruturados de Eucalyptus globulus (eucalipto), Ocimum basilicum (manjericão), Cymbopogon flexuosus (capim-limão) e o seu composto majoritário citral, separados em dois experimentos. No primeiro experimento, foram testados os OE livres e nanoestruturados de Eucalipto, Manjericão e Capim-limão em isolado clínico. As Concentrações Inibitórias Mínimas (MICs) observadas no OE de capim-limão foi de 660 μg/ml quando livre e 440 μg/ml nanoestruturado e para manjericão foi de 1080 μg/ml tanto na forma livre quanto nanoestruturado, apresentando significante atividade antiparasitária em 12 e 24 hs de exposição, respectivamente, inibindo 100% dos trofozoítos. Também foi avaliada através do ensaio TBARS (Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico) a atividade antioxidante desses óleos e nanoemulsões, observando a diminuição da peroxidação lipídica. No segundo experimento, foi avaliada a atividade do citral frente à ATCC (30236), apresentando MIC 100 μM/ml para inibir 100% dos trofozoítos em 12 hs de incubação e IC50 de 40 μM/ml (24 h). Os níveis de óxido nítrico (NO) também foram determinados e após 24 hs de exposição do parasito ao citral, apresentou uma redução significativa de NO quando comparado ao controle. Diante dos resultados obtidos, os OE representam uma alternativa no desenvolvimento de novos fármacos para esta IST. Devem ser considerados maiores estudos desses produtos naturais tanto na forma livre quanto associado a nanocarreadores, em busca de desenvolver novos fármacos não nitroimidazólicos, a fim de reduzir a resistência e os efeitos adversos para o tratamento da tricomoníase.

