Insatisfação corporal em estudantes de uma universidade pública no sul do Brasil: prevalência e fatores associados
Resumo
Avaliou-se a prevalência e os fatores associados à insatisfação corporal (IC) a partir de um estudo transversal com 1.865 universitários, ingressantes no primeiro semestre de 2017 de uma universidade pública do sul do Brasil. Para avaliação do desfecho foi utilizada a Escala de Silhuetas de Stunkard. A partir da diferença dos valores das figuras selecionadas, valores positivos foram considerados como insatisfação corporal por excesso de peso (ICE) e valores negativos como insatisfação corporal por magreza (ICM). As análises estatísticas foram realizadas com testes qui-quadrado adotando-se nível de significância de 5%. A prevalência de IC foi de 73,1%. As mulheres apresentaram prevalência de ICE maior do que os homens (60,2% IC95% 36,8;42,9 vs 40,7% IC95% 56,0;62,0), enquanto os homens apresentaram uma prevalência de ICM maior do que as mulheres (30,8% IC95% 27,7;33,9 vs 14,2% IC95% 12,1;16,4. A maior parte dos entrevistados classificados com ICM eram eutróficos, o mesmo acontecendo com as mulheres com ICE. A maioria dos homens e mulheres com ICE eram adotantes de práticas para controle de peso. O consumo de alimentos saudáveis e não saudáveis no dia anterior à entrevista foi semelhante entre homens e mulheres com qualquer tipo de IC. Os resultados encontrados sugerem necessidade de atenção com a insatisfação com a imagem corporal em indivíduos jovens, especialmente em indivíduos eutróficos e naqueles que adotam práticas para controle de peso, as quais muitas vezes podem não ser saudáveis. Pode estar havendo uma preocupação exagerada com a imagem corporal, que está se estendendo a outros grupos, não mais compostos, majoritariamente, por mulheres acima do peso.
Palavras-chave: adulto jovem; epidemiologia; imagem corporal; saúde do estudante; universidades.