| dc.description.abstract | A construção deste livro resulta dos debates sobre a importância de descolar da intervenção profissional os discursos resultantes de uma história passada. Essa história surge aliada ao conservadorismo e às sequências de repressões dos anos 30 que se arrastaram até o início da década de 80. Com a abertura política no Brasil, em 1985, houve um movimento por dentro dos porões da ditadura, que impulsionou a mudança teórico-metodológica, ético-política, técnico-operativa na formação universitária e,
consequentemente, na intervenção dos profissionais que já atuavam. Essa mudança surge dos diálogos com os povos que antes eram atendidos na perspectiva do assistencialismo revestido por ação “bondosa” do Estado, intermediado por ações profissionais, mas que, de fato, mantinham os processos que tentavam subalternizar tanto as e os profissionais quanto
as famílias atendidas.
Com a virada dos fundamentos teóricos da profissão, propiciada pelo movimento de reconceituação, derrubamos o positivismo para implantar a teoria dialética marxista. Com a crise das Ciências Sociais sob a perspectiva norte-americana, com a renovação das lutas e articulações internas da Igreja Católica, movidas pela Teologia da Libertação, com a forte articulação do movimento estudantil, bem como com a potência do movimento de educação de base que ocorria concomitante, configurou-se a urgência de uma outra conceitualização da profissão - uma configuração sociopolítica, resultante de um outro cenário na América Latina.
As constantes denúncias dos processos de dominação e exploração por que passava a classe trabalhadora instigaram a profissão a mudar suas orientações políticas e pedagógicas. A ruptura com a influência imperial/colonial, aliada ao desenvolvimento do capitalismo, foi decisiva para construir um outro projeto ético- político profissional no Brasil. | pt_BR |