Análise de fatores associados ao desempenho educacional no Brasil: uma abordagem por agrupamento com K-means nos dados da PeNSE e IDEB

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Data
2025-09-19Autor
Camboim, Guilherme de Barros
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Os resultados do PISA 2022 evidenciaram desafios significativos para a educa ção brasileira, com a maioria dos estudantes não atingindo os níveis mínimos de
proficiência em matemática, leitura e ciências — situação também refletida nos indica dores do IDEB. Diversos fatores, como condições habitacionais, emocionais, sociais
e a formação docente, contribuem para esse cenário. Apesar da relevância dessas
avaliações, ainda há pouco uso de técnicas de clusterização aplicadas a bases nacio nais como subsídio à formulação de políticas públicas. Este estudo buscou identificar
padrões de comportamentos estudantis, a partir da Pesquisa Nacional de Saúde do
Escolar (PeNSE), que se relacionam com diferentes trajetórias de desempenho no
IDEB. Aplicou-se o algoritmo K-Means aos microdados da PeNSE de 2009, 2015 e
2019, para identificar padrões comportamentais e relacioná-los aos desempenhos
educacionais. Foram considerados estudantes do 9º ano e do 3º ano, organizados
por unidade federativa e esfera administrativa, com dados de inquérito amostral
baseados em autorrelato. O pré-processamento incluiu limpeza de inconsistências,
imputação de valores faltantes e padronização das variáveis. O número de clusters foi
definido por métricas como cotovelo, silhouette, Calinski–Harabasz e Davies–Bouldin.
Identificaram-se entre três e quatro clusters por edição, e os resultados mostraram
que baixa supervisão parental, alimentação inadequada, sedentarismo e uso precoce
de álcool e drogas estiveram associados aos piores resultados no IDEB, sobretudo
nas escolas públicas. Apesar das limitações — como a heterogeneidade dos ciclos
da PeNSE e a ausência de vínculo direto entre comportamento e desempenho —,
o estudo revela padrões recorrentes e fornece subsídios relevantes para políticas
públicas mais eficientes. Fatores como supervisão parental, prática de exercícios e
alimentação adequada emergem como prioritários em futuras intervenções.
