Capital humano, trabalho e P&D no Brasil: análise de uma rede complexa: 2006-2016
Resumo
O principal objetivo deste estudo é analisar a relação entre a acumulação de capital humano e as variações salariais das profissões consideradas "totalmente alocadas em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD & I)", segundo a classificação do Gusso (2006). Conforme Tchernis (2010) é necessária uma investigação mais aprofundada dos efeitos do capital humano no crescimento salarial, bem como a construção de novas medidas de capital humano que reflitam competências transferíveis entre alguns, mas não todos, os postos de trabalho. Nesse sentido, empregamos o método da mecânica estatística de redes complexas, a partir da qual analisamos essa relação no período 2006-2016. Como esse método é nãoparamétrico e fortemente influenciado pela teoria dos grafos e pala topologia, não testamos a causalidade entre essas variáveis e optamos por encontrar evidências de relações topológicas significativas e calcular estatísticas de redes complexas. Assim, esse trabalho desenvolve uma análise com base em dois objetivos específicos: (i) testar a hipótese de que existe uma relação entre o nível educacional e a variação salarial nas ocupações de empresas industriais com maior capacidade inovativa e que investem em PD & I; e ii) verificar se há evidências que suportem as hipóteses Acemoglu e Autor (2014) e de Alon (2018). Acemoglu e Autor (2014) sugerem que indivíduos que frequentam a mesma quantidade de anos na mesma escola podem ter níveis assimétricos de capital humano devido a incentivos salariais que melhoram o processo de learning by doing. Alon (2018) considera que o aumento do grau de especialização dos trabalhadores norte-americanos respondeu por cerca de 29% do aumento do prêmio pago pelas habilidades e por 25-30% do aumento do nível educacional no período de 1965-2005. Para lidar com tais hipóteses, desenvolvemos medidas estatísticas derivadas de quatro redes complexas baseado no Yifan Hu proporcional (Hu, 2006) algoritmo proporcional para os 2006-08, 2009-2011 e 2012-2014 triênios e um para o biênio 2015-2016. Usando esses dados, comparamos as variações salariais resultantes do investimento em capital humano avançado e o aprendizado-por-fazer entre ocupações.

