Pode a participação em estudos longitudinais de coortes alterar o comportamento dos participantes? Evidências para gravidez na adolescência com a pesquisa da coorte de Pelotas de 1982
Resumo
Este trabalho investiga o efeito da participação de adolescentes do sexo feminino, com idade de 15 anos, em uma pesquisa com perguntas relacionadas a comportamento sexual, sobre a probabilidade de ter tido filhos dos 16 aos 19 anos e de engravidar até os 22 anos. Analisa-se as participantes de um estudo epidemiológico prospectivo de base populacional, a coorte de Pelotas de 1982. A amostra é composta por 1.945 adolescentes. Dada a ocorrência de um experimento não intencional, observado no 6º acompanhamento da coorte de 1982 (ocorrido em 1997), as estratégias empíricas empregadas foram a estimação de modelos probit e o pareamento por escore de propensão (PSM). Em ambos os métodos aplicados, os resultados mostraram que a participação no 6º acompanhamento, em que foram realizadas perguntas sobre comportamento sexual, não alterou a probabilidade das participantes terem tido filhos na adolescência, entre os 16 e os 19 anos, ou gravidez até os 22 anos.

