Alterações fisiológicas, bioquímicas e moleculares de arroz, cv. BRS AG, em resposta ao estresse salino
Abstract
A cultivar de arroz BRS AG, desenvolvida pela Embrapa Clima Temperado, é a
primeira cultivar destinada a outros fins, que não o consumo humano, podendo ser
utilizada na produção de etanol e ou alimentação animal. No entanto, são poucas as
informações sobre esta nova cultivar e desta forma é importante conhecer o seu
comportamento frente à salinização do solo e da água que afetam cerca de 20 % da
terra cultivada e quase metade das terras irrigadas do planeta. Desta forma, o objetivo
do presente trabalho foi avaliar a resposta da cultivar BRS AG, durante o
desenvolvimeno inicial, à diferentes concentrações salinas, através de análises
fisiológicas, bioquímicas e moleculares. As plantas foram cultivadas in vitro em meio
de cultivo com cinco concentrações de NaCl (32, 68, 102, 136, 170 mM) e o controle
(0 mM). Avaliações de germinação ocorreram aos 7 e aos 14 dias e as análises de
massa seca e massa fresca da parte aérea e raiz; comprimento de raiz e parte aérea,
número de folhas e número de raiz foram realizadas aos 21 dias. Para as análises
enzimáticas da catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD), ascorbato peroxidase
(APX) e glutationa redutase (GR), expressão gênica, espécies reativas de oxigênio
(EROs), peroxidação lipídica (MDA) e concentração de prolina foi utilizada a
concentração de 136 mM de NaCl e o controle. As coletas foram realizadas aos 5, 10,
15 e 20 dias. Os resultados indicam que a germinação da cv. BRS AG começa a ser
prejudicada a partir da concentração de 170 mM de NaCl e a partir da concentração
de 136 mM de NaCl é possível observar danos causados pelo estresse salino no
crescimento. O acúmulo de prolina nas plantas estressadas foi superior ao encontrado
nas plantas que não receberam estresse, o que está diretamente relacionado ao
aumento da expressão dos genes envolvidos na biossíntese de prolina em cada um
dos tempo de estresse. A atividade das enzimas SOD, CAT, APX e GR parecem ser
efetivas na proteção dessas plantas contra o estresse oxidativo. Embora tenha havido
aumento de EROs, não houve aumento nos níveis de MDA. O aumento na transcrição
de todos os genes avaliados, exceto OsAPX6 que manteve-se estável, contribuíram
para o aumento ou a manutenção da atividade das enzimas. De acordo com os
resultados in vitro as plantas de arroz, cultivar BRS AG, suportam concentrações de
até 136 mM de NaCl.
Collections
The following license files are associated with this item: