A geografia e a educação infantil: as estratégias de formação do professor pelos poderes públicos municipal e estadual na região da 5ª Coordenadoria Regional de Educação.
Resumo
A presente pesquisa parte do pressuposto que a representação do espaço para a criança é uma construção internalizada a partir das ações e das manipulações sobre o ambiente espacial próximo do qual ela faz parte. Dessa forma, a investigação teve por finalidade abordar o Ensino da Geografia na Educação Infantil, haja vista sua notória importância desde as idades mais tenras, por contribuir para o desenvolvimento de noções de representação, orientação, paisagem, lateralidade, lugar e espaço. Considerando o contexto exposto, a presente pesquisa destina-se a responder a seguinte questão: fundamentando-se nas propostas de políticas públicas para a educação infantil, quais são as orientações existentes para qualificar seu ensino de geografia no âmbito da 5ª CRE, realizadas pelos municípios e estado? Para respondê-la, objetivou-se compreender o que está sendo proposto pelos poderes públicos nas esferas estadual e municipal em Pelotas e seu entorno para o ensino de Geografia na Educação Infantil. Seu quadro conceitual foi composto majoritariamente pelo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, com ênfase nas propostas curriculares para a Educação Infantil, e as Diretrizes Curriculares para Educação Infantil, aprofundando-os com teóricos da geografia que discutem séries iniciais e Educação Infantil, além de alguns autores que trabalham com conceito de ludicidade. A análise foi centrada no conceito de espaço, lugar, paisagem, corpo e lateralidade. Compõe a metodologia entrevistas semiestruturadas, aplicadas com as servidoras responsáveis pela da Educação Infantil nas cidades já determinadas e na sede da 5ª CRE. Com a conclusão da pesquisa, constatou-se que há uma descaracterização da atividade docente enquanto profissional da Educação Infantil, fazendo com que o conhecimento geográfico seja trabalhado com as crianças calcado no espontaneismo, desprovido de claros objetivos a serem atingidos. Averiguou-se também que o RCNEI carece de aprofundamento e atualização, no que se refere à ciência geográfica, o RCNEI a aborda de forma demasiadamente simplificada e sem aprofundamentos, sobretudo quanto a caros e fundamentais elementos que subsidiam o entendimento do espaço. E, por fim, constatou-se a necessidade de uma formação permanente do professor da Educação Infantil. Portanto, torna-se muito difícil ainda, nessa conjuntura, acreditar que as estruturas de pensamento das crianças sofrerão mudanças significativas que repercutam na possibilidade de elas compreenderem de modo diferenciado tanto os objetos quanto a linguagem usada para representá-los, como bem aconselhou o Referencial.
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