Método minimamente invasivo para castração de machos bovinos: impactos sobre a dor e inflamação
Resumo
A técnica de castração em bovinos é realizada com o objetivo de suprimir os níveis
de testosterona, desta forma, impedindo a reprodução, eliminando o comportamento
agressivo e a sodomia consequentemente melhorando o acabamento e a deposição
de gordura na carcaça destes animais. Nos últimos anos, tem-se observado a
crescente preocupação com o bem-estar e métodos de produção adequados por
parte do mercado consumidor. O objetivo deste trabalho foi determinar o grau de
desconforto provocado pelas técnicas de castração cirúrgica ou injeção
intratesticular sobre os parâmetros de dor e inflamação, em machos bovinos. No
experimento 1, foram utilizados 27 terneiros, com idade até 20 dias, peso vivo médio
de 36kg, subdivididos nos seguintes grupos experimentais: controle (não castrados);
submetidos à castração cirúrgica (CC);e submetidos à castração química por injeção
intratesticular de cloreto de sódio 20% (IIT). Foram realizadas coletas de sangue em
momentos distintos após o procedimento (0, 24, 48, 72 e 96 h) para a determinação
dos níveis da proteína de fase aguda negativa Paraoxonase (PON1). A temperatura
no canto do olho foi avaliada por termografia, nos mesmos períodos. A temperatura
escrotal foi analisada 30 s antes do procedimento (D0), no momento do
procedimento (D1) e em três períodos após o procedimento:aos 60 s (D2);às 24
horas (D3) e às 48horas (D4), também por termografia. No experimento 2, os níveis
séricos de cortisol foram comparados entre os mesmos métodos, entre os grupos
controle, CC, IIT em 24 terneiros, com idade entre 4 -15 dias. As amostras de
sangue foram coletadas no momento da realização de cada procedimento e 30 e 60
min depois. No experimento 1, a temperatura de canto de olho (38 – 39ºC, em
média) não diferiu entre os métodos (P<0,05). A temperatura escrotal no grupo CC
permaneceu superior no D1 em relação aos demais grupos (P<0,05), mas no D4, os
grupos CC e IIT apresentaram temperatura superior em relação ao controle
(P<0.05). Não houve diferença na concentração de PON1 entre os grupos (P<0,05).
No experimento 2, os níveis de cortisol não diferiram entre os grupos(P<0,05), mas
ocorreu uma interação entre o momento da coleta e o método (P<0,05), pois no
controle houve manutenção dos níveis de cortisol, enquanto os níveis aumentaram
no CC após 30 min, mantendo-se até os 60 minutos, mas no IIT,o maior nível de
cortisol ocorreu após 30 min, declinando no decorrer do tempo. Nenhum dos
métodos procedimentos induziu reação inflamatória relevante que alterasse os
marcadores sistêmicos de dor e inflamação.
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