Produção de regiões de saúde situadas na fronteira Brasil e Uruguai
Abstract
A presente tese foi construída a partir de um recorte da pesquisa realizada na fronteira entre o Brasil e o Uruguai intitulada “Identificação de Indicadores para o monitoramento e avaliação dos impactos da nova política uruguaia de regulação do mercado de Cannabis sobre a saúde pública e o consumo de drogas na zona de fronteira entre Brasil e Uruguai” financiada pela Secretaria Nacional de Drogas do Ministério da Justiça SENAD/MJ. Utilizou-se o banco de dados qualitativo de municípios pesquisados sobre o eixo saúde pública. O estudo buscou reconhecer como se produz no cotidiano da gestão, regiões de saúde em municípios considerados cidades gêmeas entre o Brasil e o Uruguai. Na pesquisa foram entrevistados gestores municipais e gestores de saúde do Brasil e do Uruguai totalizando 14 municípios. A coleta de dados deu-se por entrevista semiestruturada com perguntas abertas sobre gestão em saúde e questões fechadas para realizar a caracterização do município e perfil dos participantes. Para este estudo optou-se por realizar a análise de conteúdo proposta por Bardin, (2011). Neste método foram designados três polos cronológicos a pré analise, a exploração do material e o tratamento dos resultados a inferência e a interpretação. No estudo optou-se como referencial teórico o Postulado de coerência de Carlos Matus e Mário Testa e a proposta teórica de Rogério
Haesbaert para a multiterritorialidade. A coleta de dados deu-se após aprovação do Comitê de ética e Pesquisa parecer número1.757.934 no mês de outubro de 2016. Verificou-se que os gestores destes municípios enfrentam diariamente a fluidez do espaço utilizado por usuários nacionais e estrangeiros que utilizam os serviços de saúde para sanar os problemas de saúde. Por ser considerada uma
fronteira aberta, é difícil ordenar e quantificar os atendimentos a estrangeiros, fato este que incide nos registros e sistemas de informações do Ministério da Saúde por indisponibilidade de alimentação de dados sobre estrangeiros. Os atendimentos na maioria nos municípios ainda ocorrem em situações de
urgência e emergência, com vínculos precários e baixa cooperação entre os países. Os gestores anunciam que se utilizam do poder político para definir a contratação de médicos uruguaios e aderir ao Programa Mais Médicos, acarretando disputas judiciais com o Sindicato Medico do Rio Grande do Sul. A definição estratégica e forma de implementação de políticas, são definidas por uma visão intrínseca e fortemente vinculada ao sub financiamento da saúde.
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