Alterações fisiológicas em sementes e plantas de feijão carioca resultantes da contaminação por rejeitos de mineração
Abstract
Desastres ambientais como o ocorrido na região de Mariana (MG) são uma das principais causas do acúmulo de resíduos no solo que incluem inúmeros metais pesados, entre eles o óxido de ferro (Fe2O3) e óxido de zinco (ZnO). Assim sendo, o objetivo desta pesquisa foi avaliar alterações fisiológicas e bioquímicas induzidas por diferentes concentrações de Fe2O3 e de ZnO em plantas de feijão carioca. O trabalho foi dividido em dois experimentos; no primeiro, avaliou-se o efeito dos compostos no potencial fisiológico das sementes e no crescimento inicial das plântulas. Para tanto, sementes de feijão carioca foram submetidas a diferentes concentrações de Fe2O3 (0, 5, 10 e 20 mg L-1) e ZnO (0, 5, 7,5 e 10,0 mg L-1). No segundo experimento, as plantas foram cultivadas em substrato e ao atingirem estádio V2 de crescimento transferidas para sistema hidropônico e submetidas as mesmas concentrações de Fe2O3 e ZnO. Após um período de 14 dias, foram realizadas as análises dos parâmetros de crescimento, índice de clorofila, flavonoides, antocianinas, balanço do nitrogênio, trocas gasosas e fluorescência transiente da clorofila a, além da atividade de enzimas antioxidantes, bem como, o perfil mineral das plantas. Os resultados permitiram verificar que Fe2O3 e o ZnO causaram redução nos parâmetros de crescimento, mas não interferiram no potencial de germinação das sementes. Os índices de balanço de nitrogênio e antocianinas não apresentaram alterações, enquanto que o índice de clorofila e o de flavonoides sofreram incremento. Quanto à taxa fotossintética, assimilação de CO2, condutância estomática e transpiração, houve decréscimo significativo para todas as variáveis, porém, a eficiência no uso da água e eficiência intrínseca da água aumentaram. A fluorescência transiente da clorofila a indicou danos ao fotossistema I. Também, foram observadas alterações no crescimento da parte aérea e do sistema radicular. Em relação as enzimas antioxidantes, os valores se mantiveram próximos ao controle. Já o perfil mineral evidenciou que metais pesados causam drástico desbalanço nutricional. Portanto, pode-se concluir que os metais óxido de ferro e zinco em níveis elevados ocasionam dano ao crescimento e no metabolismo fisiológico em plantas de feijão carioca.
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