Ambiente como fonte de formas parasitárias e potencial de extratos vegetais da família Lamiaceae contra parasitos do gênero Toxocara
Abstract
Os parasitos são responsáveis por algumas das doenças mais importantes trasmitidas dos animais de companhia ao homem. Dentre os parasitos, destaca-se o Toxocara spp., em virtude desua importante patogenia e alta prevalência no homem e nos animais. Assim, o objetivo do estudo foi determinar a presença de formas infectantes de parasitos no ambiente, verificar a composição química e a atividade
antihemintica in vitro de extratos de plantas da família Lamiaceae frente a ovos e larvas de Toxocara spp. Para avaliar a contaminação ambiental foram coletadas amostras de solo de uma comunidade de Pelotas – RS. Um total de 100 amostras foram processadas pela técnica de centrifugo-flutuação e analisadas em microscópio óptico (40X) para a identificação das formas parasitárias. Os testes foram realizados utilizando os óleos essenciais de Origanum majorona,Origanum vulgare e Rosmarinus officinalis nas concentrações de 6 a 0,18mg/mL, enquanto os larvicidas nas concentrações de 6 a 0,09mg/mL. Os extratos hidroalcoolicos de Origanum vulgare, Origanum majorona e Rosmarinus officinalis foram testados nas concentrações de (50 a 3,12mg/ml) frente aos ovos. Enquanto frente as larvas foram testados em concentrações de 100 a 6,25 mg/mL para O. majorana e R. officinalis e
para O. vulgare de 50 a 3,12 mg/mL.Os testes foram realizados utilizando os óleos e extratos nas diferentes concentrações e ovos(+-100) ou larvas (100 a 150)de Toxocara spp..Os testes ovicidas foram incubados em estufa B.O.D. a 28°C com 80% de umidade relativa por trinta dias e os testes larvicidas foram incubadas em estufa de CO2 a 5% e temperatura de 37oC, durante 48 horas. Nos testes larvicidas foi adicinonado Corante Azul de Tripane os ovos e larvas foram observados por
microscpia.No ambiente analisado, todos os pontos foram positivos para duas ou mais formas parasitárias, sendo identificados oocistos(30,32%), ordem Strongylida (25,4%), ascarídeos (21,31%), Trichuris spp. (8,19%), Toxocara spp. (3,27%), Ameba (3,27%), Citoisospora (3,27%), Dioctophyma renale (2,45%), Giardia (1,63%) e Entamoeba (0,81%). Na análise cromatográfica dos óleos essenciaisos compostos majoritários para O. vulgare foram 4-Terpineno, gama-Terpinene, cis-
Sabinenehydrate, para O. majorana foram 4-Terpineol, gama-Terpinene, alpha-Terpineno e noR. Officinalisdestacaram-seα-Pinene, cineol e camfor. Nos testes ovicidas o óleo essencial de O. vulgare(6 a 0,18mg/mL)apresentou eficácia superior a 90%, enquanto o de O. majorana nas concentrações de 6 a 0,37mg/mL mostraram uma eficácia superior a 98% e o R. Officinalis em todas concentrações testadas apresentou eficacia inferior a 71,47%. Na atividade larvicida o óleo essencial de O. vulgare (6 a 0,37mg/mL) apresentou 100% de eficácia e o de O. majorana (6 a 1,5mg/mL) apresentou uma atividade superior a 90%, enquanto o R. officinalis somente apresentou eficácia superior a 90% nas concentrações de 6 a 3mg/mL.Os extratos hidroalcoolicos O. vulgare e O. majorona (50mg/mL) demonstraram inibição de embrionamento superior a 90%, enquanto R. officinalis
(50mg/mL) apresentou 86,9 % de inibição. Com relação a atividade larvicida dos extratos de O. vulgare tiveram 88,64% de atividade na concentração de 100mg/mL, O. majorana de 86,95% na concentração de 50mg/mL e R. officinalis apresentaram 97% a 99% nas concentrações de 100 a 12,5mg/mL.. De acordo com o estudo pode-se concluir queo ambiente analisado encontra-se contaminado por formas
infectantes de parasitos, constituindo um sério problema de saúde pública. Os resultados de atividade demonstraram que o óleo essencial e o extrato hidroalcoolico de O. vulgare,O. majorona e R. officinalis, ricos em compostos fenólicos, possuem atividade ovicida e larvicida no gênero Toxocara. No entanto, são necessários mais estudos visando esclarecer o mecanismo de ação e a toxicidade dessas plantas.
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