Tensão entre representação do espaço e práticas urbanas: um estudo sobre novos arranjos de uso e ocupação do espaço social em Pelotas.

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Data
2013-03-10Autor
Pereira, Alaides Catarina dos Santos
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Essa dissertação tem como objetivo geral abordar o impacto dos dois primeiros empreendimentos imobiliários, os condomínios fechados horizontais de lotes para grupos sociais mais abastados, sobre as formas de percepção e sociabilidade dos moradores localizados nas regiões São Gonçalo e Laranjal da cidade de Pelotas. Especificamente busca-se entender como os processos políticos que engendram tomadas de decisão sobre o planejamento da cidade, simultaneamente auxiliam aos agentes econômicos e sociais a produzir a representação do espaço, enquanto estratégia de ação no mercado imobiliário. Para isso se analisa a tensão entre essas estratégias e as práticas de uso e ocupação do espaço urbano dos moradores. O problema de investigação trata de averiguar se a concepção de habitat que está representada nos projetos de uso e ocupação do espaço urbano para edificação dos condomínios fechados, destinados às classes mais abastadas, concretamente leva à segregação socioespacial. A metodologia utilizada é de base qualitativa, escolheu-se a técnica de entrevista com roteiro semiestruturado, e análise de fontes documentais para conhecer a representação do espaço através da ideia de habitat concebida pelo agente econômico e a prática dos moradores, percebida e vivida no decurso do modo de habitar. A partir da análise das entrevistas com os agentes imobiliários foi possível captar que a moradia ideal concebida pelos agentes envolvidos (empreendedores e corretores imobiliários) reflete a “diferença no status hierárquico”. Nesse sentido a concepção de habitat daqueles setores robustece as relações de poder na sociedade, portanto leva à segregação socioespacial, ou seja, a apropriação desigual de espaço urbano. Por outro lado, através das entrevistas com os moradores dos Loteamentos Umuharama, São Conrado e Vila Bela, situados nos arredores dos novos empreendimentos dos condomínios horizontais de lotes, interpretaram-se a percepção do modo de habitar que é distinto do habitat e a permanência de formas sociabilidades pautadas nos laços de reciprocidade e confiança, apesar deles já presenciarem as mudanças no espaço urbano e a mobilidade populacional advindas desses empreendimentos.
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