Avaliação da percepção dos usuários institucionalizados e não institucionalizados sobre Instituições de Longa Permanência para Idosos na cidade de Pelotas / RS.
Resumo
O envelhecimento populacional revela-se um fenômeno observado mundialmente.
Deste fato, decorrem preocupações relacionadas aos ambientes de moradia, a fim de
torná-los mais adequados às necessidades dos idosos. Nesse cenário, as Instituições
de Longa Permanência para Idosos (ILPI´s) representam uma importante alternativa
de habitação para essa faixa etária. A pesquisa busca investigar a percepção dos
usuários de ILPI´s no que se refere não somente aos aspectos físicos, mas também
aos aspectos subjetivos do ambiente, buscando contribuir para a qualificação das
instituições dessa natureza. Apesar da importância para o bem-estar dos longevos,
os aspectos subjetivos permanecem pouco atendidos pela legislação vigente e pouco
explorados nas pesquisas que envolvem o ambiente, construído de forma insuficiente.
Diante disso, o problema tratado nesta pesquisa centra-se na carência de estudos
teóricos e empíricos, com informações quanto aos aspectos subjetivos do ambiente,
de forma que esses locais se tornem mais humanizados e estimulem, assim, o senso
de identidade e familiaridade desses cidadãos com sua moradia. Ressalte-se que esta
pesquisa tem, como objetivo geral, entender como ocorre a relação entre os idosos
moradores das ILPI´s e o ambiente em que vivem e de que forma este ambiente pode
contribuir para o seu bem-estar, visando gerar recomendações relacionadas ao
projeto arquitetônico. O trabalho tem como suporte o modelo teórico da Gerontologia
Ambiental “Modelo Visão Transacional das Pessoas Idosas em seus Ambientes”, que
leva em consideração a história de vida dos idosos e relaciona o bem-estar na velhice
a dois processos integrados: pertencimento e agência. Para alcançar os objetivos
estabelecidos, trabalhou-se com dois grupos, idosos institucionalizados e idosos não
institucionalizados. A investigação se desenvolveu por meio de uma pesquisa de
campo exploratória, com estudo de caso descritivo, múltiplo e abordagem
metodológica qualitativa, incorporando ferramentas da área de pesquisa das Relações
Ambiente-Comportamento. Visando compreender se a condição socioeconômica do morador influencia na escolha de atributos que gerem bem-estar, optou-se por
estabelecer, como objeto de estudo, três Instituições distintas que atendiam pessoas
de baixa, média e alta renda. Como métodos de coleta de dados, foram utilizados
levantamentos de arquivo e de campo, este último dividido em levantamentos físicos,
observações comportamentais, entrevistas semiestruturadas e Poema dos Desejos.
Os resultados desta pesquisa apontam para: (i) possibilidade de identificação de
elementos e atributos que gerem bem-estar em ILPI´s; (ii) um imaginário coletivo com
expectativas positivas de idosos não institucionalizados em relação à moradia
institucional; (iii) existência de uma baixa sensação de pertencimento entre idosos
institucionalizados, embora isso se torne menos relevante ao longo do tempo; (iv) a
importância da autonomia ligada a questões subjetivas (como a personalização), tanto
quanto às ligadas a aspectos físicos e (v) o processo de agência e a sensação de
pertencimento parecem piorar com o aumento da renda. Constatou-se, ainda, que ao
considerar aspectos subjetivos do ambiente, a pesquisa como um todo traz
importantes subsídios que ajudam a entender os dois processos estudados
(pertencimento e agência), contribuindo para o entendimento da forma como seus
elementos e atributos podem influenciar no bem-estar da velhice.
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