O idoso e a relação entre seus processos de percepção e de apropriação do ambiente construído: o caso de áreas situadas nos bairros Centro, Fragata e São Gonçalo, Pelotas, RS.
Abstract
Esta pesquisa suscita reflexões quanto as relações existentes entre a percepção do ambiente construído pelos idosos e a maneira com que dele se apropriam. A motivação originou-se da necessidade de adequação das cidades frente ao envelhecimento populacional: fenômeno que acarreta inúmeras consequências para a sociedade do século XXI e destaca-se como importante área de estudos para uma gestão urbana qualificada. Portanto, o problema central referiu-se à importância da criação de cidades planejadas a partir da percepção dos idosos e do comportamento ambiental que exibem. O estudo fundamentou-se na área de conhecimento da Arquitetura e do Urbanismo, com interfaces nas áreas da Percepção e da Gerontologia Ambiental para refletir sobre às particularidades apresentadas pelos pós-sexagenários. Desde a década de 60, os precursores do campo da Percepção – dentre ele Lynch e Tuan – desenvolveram métodos de observação participativa, onde relacionaram o comportamento humano com o ambiente construído e, assim, apontaram um caminho para a obtenção de novos objetivos às iniciativas governamentais e privadas, embasadas nos valores expressados pelos usuários. Ancorada em tal repertório, constantemente atualizado e complementado nacional e internacionalmente, a pesquisa assumiu a importância de investigar aspectos perceptivos, comportamentais e do ambiente construído que possibilitam traçar uma relação ambiente-comportamento e que agregam conhecimento às demais iniciativas que compõe a rede mundial de desenvolvimento de cidades amigas do idoso. A pesquisa foi conduzida a partir do objeto estudo de caso aplicado à cidade de Pelotas, representada pelo extrato produzido nos bairros Centro, Fragata e São Gonçalo. Os resultados apontaram que os idosos entrevistados no Centro e no Fragata percebem a cidade e o bairro onde moram de uma forma mais positiva quando comparada à percepção dos idosos que moram no recorte do São Gonçalo. Além disso, os resultados indicaram que no Centro, onde há a melhor qualidade do espaço urbano, há também a maior apropriação representada pela quantidade de idosos registrados nas áreas de estudo; no Fragata, com uma qualidade física intermediária, há uma apropriação moderada de idosos nos espaços investigados; e no São Gonçalo, onde a qualidade do espaço foi identificada como a pior, há a menor intensidade de apropriação do ambiente pelos idosos. Concluiu-se que as reflexões acerca das particularidades apresentadas pelos idosos coincidem com as descritas nos referenciais bibliográficos e apontaram para a influência que a qualidade do espaço construído exerce sobre o modo como os idosos o percebem e a defluência desta percepção na maneira como deste local se apropriam.
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