De complexo carbonífero a museu: o processo de patrimonialização dos remanescentes do antigo complexo carbonífero de Arroio dos Ratos, Rio Grande do Sul, Brasil (1983 – 1994).
Resumo
O objetivo central desta pesquisa é analisar e compreender o processo de
patrimonialização de um lugar de trabalho ligado à indústria carbonífera – os
remanescentes do antigo complexo carbonífero de Arroio dos Ratos – Rio Grande
do Sul, Brasil. Neste local, além das atividades de extração, funcionou a primeira
usina termoelétrica brasileira movida a carvão mineral, inaugurada no ano de 1924.
Em 1956 a localidade de Arroio dos Ratos assistiu ao retraimento de sua economia
baseada na extração do carvão, pós a transferência das atividades de mineração
para a cidade de Charqueadas - Rio Grande do Sul. A desindustrialização trouxe ao
distrito problemas econômicos e sociais, além das marcas do abandono da atividade
mineira, que por anos foi o sustentáculo da região. Assim, os remanescentes do
antigo complexo carbonífero estiveram por cerca de trinta anos à mercê tanto da
ação humana, que dilapidava a antiga construção tirando-lhe os tijolos e tudo o que
poderia ser aproveitado da sua estrutura, quanto do tempo, que se encarregava de
oxidar as estruturas metálicas e cobrir com vegetação daninha o espaço outrora
dinâmico. Os objetivos específicos desta pesquisa são: observar e analisar a relação
da comunidade arroio-ratense com o espaço dos remanescentes, atual Museu
Estadual do Carvão; analisar o processo de proteção e musealização à luz dos
conceitos de memória, identidade e história e a partir da perspectiva política;
compreender o modo pelo qual este bem vem sendo preservado ao longo das três
últimas décadas; por fim, ponderar e apontar possibilidades sobre o uso social do
patrimônio estudado. Partindo da perspectiva interdisciplinar, este estudo de caso
segue a abordagem metodológica qualiquantitativa. A análise e compreensão do
processo incluem: pesquisa bibliográfica; observação direta; exame de fontes
documentais (processos, jornais, folders e fotografias) encontradas basicamente no
acervo do Museu Estadual do Carvão; realização de entrevistas com roteiro
semiestruturado entre a comunidade arroio-ratense e demais participantes deste
processo; análise de respostas ao questionário virtual aplicado na comunidade
carbonífera por meio das redes sociais e demais meios eletrônicos.
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