Desenvolvimento e validação de metodologias de preparo de amostras para determinação de Ca, Mg e K em Biodiesel por técnicas de Espectrometria Atômica.
Resumo
Os contaminantes inorgânicos comumente encontrados no biodiesel
podem ser incorporados durante o processo de produção, principalmente
devido ao uso dos catalisadores. O monitoramento desses contaminantes,
principalmente na forma de metais, em amostras de biocombustíveis é de
primordial importância, pois a sua presença em determinados níveis pode
prejudicar o desempenho do motor e, consequentemente, aumentar o
problema de contaminação ambiental. Desta forma, neste trabalho foram
desenvolvidas duas metodologias de preparo de amostra para a determinação
de Ca, Mg e K em amostras de biodiesel obtidas de diferentes fontes: o uso de
emulsão e a digestão ácida em sistema aberto, tendo em vista que na literatura
ainda existem poucos trabalhos relacionados com esse tipo de preparo de
amostras. A quantificação dos metais foi realizada por Espectrometria de
Absorção em Chama (F AAS) para Ca e Mg e Espectrometria de Emissão
Atômica em Chama (F AES) para K. A primeira metodologia avaliada para o
preparo de amostra foi o uso de emulsões do tipo óleo em água (o/w) obtidas
através da mistura de biodiesel, ácido fórmico (HCOOH), Triton X-100 e antiespumante.
A calibração usando esta metodologia foi realizada com padrões
inorgânicos. As emulsões formadas mostraram-se estáveis por pelo menos 2h.
Os limites de detecção na amostra, em mg Kg-1, foram 2,30; 0,20 e 0,70 para
Ca, Mg e K, respectivamente. A segunda metodologia avaliada foi a digestão
ácida em sistema aberto. Para esta metodologia, as amostras de biodiesel
foram digeridas com HNO3 concentrado à uma temperatura de 220°C durante
4h. A abertura das amostras foi realizada em um bloco digestor com sistema de
dedo-frio para circulação de água. A calibração foi realizada com padrões
aquosos inorgânicos. Os limites de detecção na amostra, em mg Kg-1, foram
0,12; 0,36 e 1,96 para Ca, Mg e K, respectivamente. Frente as duas
metodologias de preparo de amostra de biodiesel avaliadas, observaram-se
vantagens em relação ao método oficial descrito na norma ABNT NBR 15556 para a determinação de metais em biodiesel que faz uso da diluição com
solvente orgânico (xileno), tais como a estabilidade dos analitos no meio
emulsionado, a possibilidade de calibração usando padrões aquosos
inorgânicos, melhores limites de quantificação, a não utilização de solventes
orgânicos que são tóxicos e trazem risco ao analista e a não utilização de
padrões organometálicos para a calibração, que são instáveis e caros. Foram
analisadas diferentes amostras de biodiesel e os analitos Ca, Mg e K foram
determinados. Para fins de comparação, as amostras também foram
analisadas pelo método oficial descrito na norma ABNT NBR 15556 e através
da análise de um padrão de referência certificado de biodiesel. Os resultados
foram concordantes, demonstrando a eficiência dos métodos desenvolvidos,
sendo uma alternativa para determinação destes metais em amostras de
biodiesel.
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