Algumas questões e respostas da filosofia da psicopatologia e seu impacto na prática clínica.

Abstract

A pesquisa em questão encontra-se em estágio inicial e desdobra-se em um campo de estudo novíssimo da investigação filosófica, a filosofia da psicopatologia. Nesta discussão, foram colocadas algumas objeções relevantes à manutenção de nossa noção atual de psicopatologia sobre a qual assenta-se a prática psiquiátrica. Em primeira instância nos orientamos por problemas acerca das bases sobre as quais compreende-se o fenômeno mental, onde a filosofia ergue limitações epistemológicas consideráveis. Em segunda instância o plano geral que inclui a noção de “normalidade” e “estado saudável da mente”, a qual possibilita críticas do ponto de vista histórico, cultural e inclusive gera dúvidas acerca de nossa compreensão do ser humano como animal decorrente do processo de seleção natural. O objetivo geral deste trabalho é esboçar rapidamente o plano de debate deste campo , bem como apresentar com mais detalhe algumas formulações de resposta de David Papineau e encontrar limitações das mesmas. Para tal projeto foram necessárias leituras em filosofia da mente (Dennett, 1981; Nagel, 1974) e pesquisas filosóficas de cunho naturalista (Papineau, 1995), as quais levam em conta resultados de pesquisas em áreas como a neurociência, bem como algumas perspectivas de teóricos da psicologia e psiquiatria (Bolton, 2001; Harrison, 1991; Dalgalarrondo, 2006).