O arroio, a rua, o verde e a vida: cartografia do caminhar nas bordas do arroio Pepino.
Abstract
Os rios e arroios que atravessam as cidades correspondem a elementos estruturantes
da paisagem urbana e são, na maioria das vezes, considerados como limites para a expansão
do meio urbano. Um território diferenciado e complexo, centro de questões ambientais
conflituosas. O rio urbano e a cidade são paisagens mutantes e entrelaçadas e é preciso lançar
um olhar à cidade contemporânea que considere a inter-relação entre as instâncias do meio
urbano e do ambiente natural. A fragilidade dos recursos naturais deve ser encarada como
uma oportunidade para investigar novas possibilidades, buscando uma dimensão adicional
para a compreensão da cidade. Desta forma através da aproximação das teorias do urbanismo
ecológico e da filosofia da diferença se pretende realizar um estudo sobre as bordas do arroio
Pepino na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, com o objetivo geral de analisar o uso dos
espaços livres às margens do arroio para tornar dizíveis as relações estabelecidas entre o meio
social e meio natural nestas margens. O método adotado consiste na cartografia, utilizando
como principal procedimento a caminhada. As descobertas sobre os espaços percorridos
apontam a existência de três platôs, regiões de intensidades diferentes entre si que geram,
principalmente, forças de repulsão no alto curso do arroio e de atração no baixo curso,
enquanto na sua porção média essas forças coexistem. A pesquisa destaca a relevância das
questões descobertas através da cartografia indicando pistas de como as interações entre as
pessoas e meio natural remanescente em bordas molhadas afetam as possibilidades de uso
nestes territórios.
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