dc.description.abstract | Esta obra, em forma de coletânea de artigos, é resultado de alguns dos trabalhos apresentados por pesquisadores e pesquisadoras durante o 9º Seminário Internacional em Memória e Patrimônio (SIMP), evento promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural (PPGMP), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ocorrido nos dias 15, 16 e 17 de maio de 2019, nas dependências do ICH-UFPel. O SIMP possui uma trajetória social e científica consolidada junto à comunidade acadêmica. Tanto através da participação de conferencistas nacionais e estrangeiros reconhecidos quanto nos simpósios temáticos, com a divulgação de trabalhos de pesquisadores de diferentes formações e instituições de ensino superior, o Seminário tem contribuído, em todas as edições, para o debate de temas e conceitos que emergem nas áreas da memória e do patrimônio. O 9º SIMP foi uma oportunidade excepcional para ampliar redes de pesquisas e promover debates sobre um tema que tem sido objeto de estudos e pesquisas, alguns dos quais presentes nesta coletânea, pelos professores e alunos que atuam no PPGMP. Essas pesquisas buscam analisar como as memórias associadas ao sofrimento convertem-se em memória coletiva ou, como afirma Joel Candau, em formas de compartilhamento,diferenciando-se quanto à intensidade e capacidade de afirmação dentro de um conjunto social, o que estaria associado ao papel relevante dos sociotransmissores, elementos atuantes na construção de discursos memoriais e em sua transmissão. Ao se pensar em experiências fortemente associadas ao sofrimento, o grau de compartilhamento interno aos sujeitos atores desses processos é muito maior do que seria com outros que não possuem vivências semelhantes. A capacidade de transmissão de experiências da dor deriva da necessidade de conferir visibilidade e ressonância às lembranças, utilizando-se para tanto diferentes mecanismos, dentre os quais a patrimonialização e a musealização. Os processos de sofrimento, em que pese a dimensão intimista e pessoal com que são vivenciados, constituem-se como elementos identitários e de busca pelo reconhecimento quando projetados na esfera do coletivo. É assim que a diversidade de rupturas violentas, que se inscrevem nas tramas existenciais de sujeitos e grupos, busca tornar-se objeto de narrativas para descrever as experiências do sofrimento e dos fenômenos sociais e culturais que o acompanham, a partir de diferentes linguagens que ocupam o espaço público, tais como memoriais, museus, associação de vítimas, movimentos de Direitos Humanos, dentre outros. | pt_BR |