Saberes de autoatenção em saúde no ambiente escolar: uma pesquisa participante

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Data
2019-02-22Autor
Mendieta, Marjoriê da Costa
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O estudo objetivou compreender os saberes de autoatenção em saúde de educandos a partir da pesquisa participante em uma escola no Sul do RS. Consiste em uma pesquisa de abordagem qualitativa utilizando-se a metodologia da pesquisa participante, por meio de Círculos de Cultura e Photovoice. O local do estudo foi uma escola pública do município de Pelotas (RS). Os participantes foram 12 educandos que estavam cursando o 7º ano. Os dados foram coletados entre outubro e dezembro de 2017, em doze encontros. Temas geradores foram identificados no primeiro encontro e embasaram a realização dos Círculos de Cultura, juntamente com as fotografias realizadas pelos educandos do que era representativo de saúde e doença para eles. A análise dos dados foi realizada de maneira concomitante à coleta, por meio do próprio Círculo de Cultura. Utilizou-se os referenciais teóricos de Eduardo Menéndez e Paulo Freire. Os resultados foram divididos em dois temas. O primeiro “Compreendendo as concepções e ações de autoatenção dos educandos” originou dois subtemas: “Saberes de saúde e autoatenção ampla” e “Saberes de doença e autoatenção restrita”; e o segundo tema “A construção de saberes em saúde no ambiente escolar por meio de metodologias ativas”. No que se refere a autoatenção ampla e saúde, diversos saberes foram constatados e dialogados, como alimentação, saúde física e mental e saúde associada a questões biológicas. Já quanto a autoatenção restrita e doença ocorreu o diálogo sobre sistema de saúde, meio ambiente, medicalização, questões biológicas, sexualidade, câncer e morte. O diálogo e o posicionamento crítico dos educandos a partir do círculo de cultura baseado nos temas geradores e nas fotografias, e a problematização com o embasamento teórico de questões pertinentes, relacionado a realidade e necessidades destes permitiu que os educandos demonstrassem ao final da pesquisa uma mudança de posicionamento em que deixaram de somente replicar discursos e passaram a refletir sobre a saúde. Faz-se necessário maior articulação entre escola e profissionais da Unidade Básica de Saúde, para realizarem ações contínuas e assim se alcance resultados em longo prazo. Compreende-se que o espaço da escola ainda é novo para o enfermeiro/enfermeira, que possui suas bases formativas voltadas para o olhar curativo e de não preventivo, mas este é um processo em construção e pesquisas como esta podem fornecer subsídios para facilitar este processo. Para isso, é indispensável o diálogo sobre saúde por meio de metodologias ativas, que promovam a reflexão crítica, conscientização e autonomia em relação à saúde, baseado na realidade e contexto sociocultural dos educandos. Para que todas estas ações tenham resultado, sugere-se a aproximação da compreensão de autoatenção em saúde, que não possui foco somente no biológico e na doença, mas valoriza a saúde. Esta pesquisa representou o real encontro entre saúde e educação, e com isso, defende-se a tese de que a aproximação entre saberes de autoatenção em saúde, por meio da pesquisa participante, com educandos no ambiente escolar, potencializa ações autônomas em saúde.
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