Investigação sorológica e molecular da presença de Paracoccidioides spp. em três mesorregiões do Rio Grande do Sul

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Data
2018-02-20Autor
Redü, Josiara Furtado Mendes
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A paracoccidioidomicose (PCM) vem sendo descrita em humanos no Rio Grande do Sul (RS) desde a década de 40, no entanto, os aspectos ecológicos que envolvem os seus agentes etiológicos ainda não foram totalmente esclarecidos. O solo é descrito como o habitat do Paracoccidioides spp., no entanto, devido à dificuldade de isolar o agente do ambiente, dados específicos sobre seu nicho ecológico são ainda pouco conhecidos. Isto, associado ao grande período de latência que a doença pode apresentar, dificulta a determinação da fonte de infecção dos indivíduos pelo patógeno. Contudo, técnicas sorológicas e moleculares vem sendo empregadas para melhor compreensão da ecoepidemiologia do Paracoccidioides spp. demonstrando que está ocorrendo uma expansão geográfica de suas áreas endêmicas. Sendo assim, este estudo teve por objetivo pesquisar a presença de Paracoccidioides spp. em três mesorregiões do RS. Para tanto foram realizados estudos utilizando animais como sentinelas da presença do fungo, a partir da busca de anticorpos por sorologia, e utilizando a biologia molecular para detecção do DNA fúngico de amostras de solo. Para sorologia foram incluídas amostras de 481 animais domésticos e silvestres as quais foram submetidas ao teste de ELISA indireto buscando anticorpos anti-P. lutzii. Para o estudo molecular, amostras de solo das cidades de Bagé (n=30) e Rio Grande (n=16) foram devidamente coletadas e submetidas a protocolo de extração de DNA por kit comercial (Norgen Biotek Corp®) e técnicas de PCR e Nested-PCR com
primers específicos para o gênero. Dos 481 animais estudados, 51 (10,6%) foram soropositivos para IgG anti-P. lutzii. Das 46 amostras de solo estudadas, o DNA de Paracoccidioides spp. foi encontrado em 19 (41,3%), sendo dez em Bagé (52,6%) e nove no solo de Rio Grande (47,4%). Este estudo trouxe dados importantes sobre o habitat dos agentes da PCM no RS, demostrando pela primeira vez a presença de P. lutzii no estado e uma alta taxa de detecção de DNA de Paracoccidioides spp. em
solos do Bioma Pampa, o que ainda não havia sido descrito na literatura. Esses dados ajudam a compreender a ecologia dos agentes da PCM como um todo, fazendo com que essa doença ainda hoje negligenciada ganhe uma maior visibilidade na região e indiretamente no país.
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