Idosos vítimas de acidentes e violência atendidos em um serviço de emergência do sul do Brasil.
Abstract
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, com crescimento mais
acentuado nos países em desenvolvimento. Paralelamente, nesse contexto, surge a
transição epidemiológica em que as doenças infecto-contagiosas e parasitárias vem
dando lugar às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e às Causas
Externas caracterizadas pelos acidentes e violência. Embora as principais vítimas de
causas externas ainda sejam os adultos jovens, esseevento vem merecendo
atenção também na população idosa, visto que, essascausas tendem a deteriorar a
saúde global, demandam internações longas e onerosas ao Sistema de Saúde,
gerando incapacidades e/ou declínio da capacidade funcional e interferindo no
envelhecimento ativo. O objetivo do estudo foi: descrever o perfil dos idosos e dos
acidentes e violências que motivaram a procura de atendimento no Pronto Socorro
de Pelotas-RS. Tratou-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa do tipo
transversal e descritiva, com idosos atendidos no Pronto Socorro de Pelotas-RS
devido a causas externas. O instrumento para a coleta de dados foi um questionário
com questões pré-codificadas. Foram identificados 348 idosos, sendo entrevistados
324. As perdas e recusas totalizaram 6,8%. Nesta pesquisa a maioria dos idosos foi
composta de mulheres. A cor da pele predominante foi a branca. A média de idade
foi de 71,2 anos e a faixa etária dos 75 anos e mais representou a maior proporção
(32,4%). Em relação ao município de origem e a procedência 84,9% era de Pelotas
e 88,9% da zona urbana. No que se refere ao estado civil, 43,5% dos idosos são
casados ou vivem com companheiro (a), e a segunda maior proporção é de viúvos
(33,3%). Idosos que moram com companheiro (a) ou somente com os filhos
apresentaram a mesma proporção (25,0%) cada e os que moram sós 20,7%.
Observou-se que 81,8% dos idosos refere sabe ler e escrever. Os aposentados
representaram a maioria, sendo essa a maior fonte de renda entre os idosos. As
quedas representaram a causa externa mais frequente(62%), seguidas pelas outras
causas não intencionais, acidentes de transporte e causas intencionais. Analisando
todas as causas, verifica-se que a maior proporção ocorreu à tarde (38,4%). A
residência foi em 55,9% dos casos o local de ocorrência e 55,2% dos idosos
apresentavam pelo menos uma lesão decorrente do acidente ou violência. Os
resultados apontam que as quedas foram a causa externa de maior proporção, com
destaque para a população feminina. Portanto, torna-se necessário novos estudos
que investiguem as quedas na população idosa, com perspectiva de prevenção.
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