Conhecimento dos adolescentes sobre doenças sexualmente transmissíveis.
Resumo
O conhecimento sobre DST é um tema relevante para saúde pública, pois os
adolescentes ao iniciarem as atividades sexuais precocemente podem estar se
expondo às doenças sexualmente transmissíveis devido à falta de conhecimento
quanto à proteção adequada. Na fase da adolescência, os colegas e pares ganham
importância e a sexualidade encontra-se mais exacerbada. Os adolescentes podem
vivenciar práticas sexuais inseguras devido à faltade informações, pela ausência de
comunicação com familiares e até mesmo pela existência de tabus ou por medo de
assumir uma relação sexual perante a família. O objetivo do estudo foi avaliar o
conhecimento dos adolescentes sobre doenças sexualmente transmissíveis. Trata-se de um estudo descritivo, observacional, de caráter quantitativo, tipo inquérito,
com amostra por conveniência realizado durante o mês de julho de 2014 com 532
adolescentes entre 10 e 19 anos matriculados no anoletivo de 2014 do Colégio
Municipal Pelotense do município de Pelotas/RS. O questionário auto-aplicável,
anônimo e pré-codificado foi aplicado individualmente, em sala de aula no referido
Colégio. A análise foi realizada no programa STATA 11.1. As variáveis idade, sexo,
número de parceiros no último ano e idade da primeira relação foram descritas por
média e desvio padrão. As variáveis categóricas foram descritas por frequências
absolutas e relativas e foram utilizados os testes qui-quadrado ou Exato de Fischer
para avaliar a associação entre as variáveis categóricas. O projeto foi aprovado pelo
Comitê de Ética da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas
sob Parecer 702.277. Os resultados apontaram que 89,2% das meninas e 90,3%
dos meninos souberam definir adequadamente o conceito sobre DST; 78,0% das
meninas e 89,3% dos meninos tinham conhecimento sobre quais doenças eram
DST; as doenças mais referidas pelos adolescentes foram Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida; Herpes; Gonorréia; Vírus Papiloma Humano; Sífilis e
Hepatites virais; para 26,3% das meninas e 37,1% dos meninos o conhecimento
quanto às DST que tem cura era adequado; quanto às formas de contágio, 38,1%
das meninas e 44,8% dos meninos conheciam as formasadequadas; 69,4% das
meninas e 44,5% dos meninos conversavam sobre sexualidade com a mãe e a
escola foi referida por 60,4% das meninas e 54,3% dos meninos como fonte de
informação sobre DST. Para 98,5% das meninas e 98,9% dos meninos o uso de
preservativo era o método mais eficaz para prevenção das DST. Entretanto, 37,1%
das meninas e 30,5% dos meninos referiram o uso de anticoncepcional como
método preventivo. Assim, a realização de atividades educativas junto à escola por
meio de profissionais capacitados poderá proporcionar aos adolescentes maior
conhecimento sobre temas como sexualidade e saúde reprodutiva incluindo o
conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis e suas formas adequadas
de preveni-las.
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