Uso do líquido pirolenhoso na preservação da madeira de Pinus elliottii.
Resumo
Resultante da carbonização da madeira, o líquido pirolenhoso (LP) é considerado
um subproduto orgânico que muitas vezes é descartado. Por outro lado, com
frequência, são realizadas pesquisas mediante aplicação de produtos orgânicos
alternativos na conservação da madeira. O propósito é substituir o uso de soluções
inorgânicas comumente empregadas com essa finalidade, as quais podem impactar
o meio ambiente. Nesse contexto, o presente estudo visa avaliar a eficácia do líquido
pirolenhoso como preservante no tratamento da madeira de Pinus elliottii exposta à
ação dos organismos xilófagos (cupins do gênero Nasutitermes e o fungo Trametes
versicolor causador da podridão branca). Para os testes foram empregados dois
métodos de impregnação (autoclavagem e imersão). O ensaio de preferência
alimentar com os cupins apresentou perda de massa média para amostras controle
de 26,07%, já para as amostras autoclavadas a perda foi de 14,09%,e, para as
amostras imersas foi de 10,47%. Nos testes com os fungos, a norma utilizada neste
trabalho, BS EN 113:1997, determina como adequado o preservante que apresenta
resultados inferiores a 3% na perda de massa. No entanto, os resultados para a
perda de massa no ensaio com os fungos foram, 26,07% para as amostras controle,
14,09% para as amostras autoclavadas e 10,47% para as amostras tratadas por
imersão, superando assim o estabelecido pela norma. Entre tanto, os resultados
para perda de massa permitiram concluir que, em relação ao ataque dos agentes
xilófagos houve redução significativa na perda massa. Isso ficou mais evidente em
se tratando do ataque dos cupins. O LP, de maneira geral, em seu estado bruto,
inibiu parcialmente a ação dos agentes xilófagos. Os Testes de resistência
mecânica, por meio de ensaios de Dureza Janka para os cupins e os fungos,
demonstraram que ambos os métodos de tratamento não conferiram resistência a
compressão para a madeira de Pinus elliottii. O teste fungitóxico realizado
demonstrou que o LP inibiu o crescimento micelial do fungo empregado. O LP
testado nos ensaios em laboratório apresentou compostos químicos diversos, como
foi constatado pela análise cromatográfica, permitindo a identificação de compostos
químicos, sendo os majoritários, a Hidrazina, 2-Carboxamidopyrazine 4-N-oxide,
2(1H)-Pyridinethione, 1-ethyl-6-methyl, que são empregadas para as mais diversas
finalidades, assim como a presença de acetaldeído, Óxido de etileno,dentre outros.
Diante disto, o LP é um produto promissor que pode ser usado com outras
substâncias que potencializam seu efeito como preservantes da madeira.
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