A patrimonialização de memórias do sofrimento: o caso da Boate Kiss em Santa Maria.

Abstract

Para se compreender o fenômeno de mundialização da memória,será necessário levar-se em conta a diferença assinalada entre os lugares de memória e os sítios autênticos, anteriormente citados.Cabe abordar a distinção que se constitui entre os lugares naturais de tal fato e aqueles que são construídos, em outros espaços, para lembrar deste. Os lugares, portanto, não nascem como patrimônio tão logo suas trincheiras sejam esvaziadas ou o fogo apagado. Muitos deles podem passar por longos processos de assimilação na esfera social em que estão inseridos e necessitam de vontade e trabalho para torná-los patrimônio. Mesmo os sítios autênticos não escapariam de um tipo de empreendimento memorial. Alguns exemplos podem ser citados para tratar da discussão aqui proposta, dos quais podem-se destacar dois conjuntos de lugares; o primeiro, relacionado a crimes cometidos pela ditadura civil-militar no Brasil, e o segundo, a locais relacionados a tragédias.