dc.description.abstract | A presença da população negra é conhecida na cidade de Porto Alegre/RS desde o período colonial. Contudo, ela não compõe as narrativas oficiais sobre a evolução da cidade, acarretando a invisibilização e o esquecimento dos espaços outrora ocupados pela população negra. O Areal da Baronesa, Colônia Africana, Ilhota, Parque da Redenção e Bacia do Mont’Serrat são alguns territórios negros. Além disto, a falta de representação visual, por meio de mapas, faz com estes territórios acabem ficando soltos no espaço imaginado da cidade, isso quando sua presença não é apagada da representação que se tem sobre este espaço. (VI EIRA, 2017). A transformação urbana da cidade, o ajardinamento das ruas, o surgimento das grandes avenidas, vivenciada no período logo após o golpe de Proclamação da República, época na qual ocorreram grandes transformações como a construção do viaduto da Borges. Concomitantemente, esse processo teve como consequência a expulsão de comunidades vulneráveis para fora do que se considerava cidade. (KLEIN, 2004). Enquanto o urbanismo na Europa nasceu no bojo de um processo de modernização e reforma social, no Brasil ele encontrou um país que não era ainda industrial. Portanto, teorias europeias desenvolvidas em resposta à modernização chegaram ao Brasil antes que a modernização acontecesse. Pode-se argumentar que o urbanismo, assim como fábricas, redes de transportes e arranha-céus, assumiu uma natureza marcadamente simbólica (MOREIRA, 2007). Diante disto, o trabalho busca entender os processos migratórios no espaço urbano e suas complexidades. Neste contexto, as modificações dos Planos Diretores de Porto Alegre ocasionaram em mudanças significativas no desenvolvimento urbanístico da cidade, colaborando com a segregação de classes populares, alastrando a desigualdade social. | pt_BR |