Uma rua chamada Gruppelli : memórias reveladas pela fotografia
Resumo
Este trabalho constitui uma investigação sobre a reconstituição da memória da Localidade Gruppelli, situada na Colônia Municipal, 7º Distrito de Pelotas, com ênfase nas antigas propriedades da família Gruppelli, origem do núcleo colonial, e nas instituições de uso coletivo, contempladas pela fotografia da década de 1920 aos dias atuais. A reconstrução de processos de produção e natureza desses ambientes, através de documentos visuais, permitiu a identificação de manutenções e transformações produzidas, nesse período, por diferentes gerações. Como se tratam de ações, que foram depositadas materialmente na paisagem, ao longo do século XX, por essas sociedades, surgem em registros fotográficos como índices de uma existência física situada temporal e geograficamente. São documentos visuais, conservados como comprovantes biográficos de indivíduos e instituições que fornecem referências espaço-temporais e permitem instituir elos entre gerações. Trata-se de uma busca de caráter histórico, um diálogo entre temporalidades, em que o passado é abordado a partir do presente, permitindo a identificação de um tempo histórico e de seus processos sócio-econômico-culturais correlatos. O binômio indissociável - lugar e fotografia do lugar - ao expor uma realidade particularizada, possibilitou que a trajetória desse lugar pudesse ser vislumbrada nas diversas seqüências de imagens criadas, ao longo do tempo, por fotógrafos amadores e profissionais. Imagens que, ao serem esquadrinhadas, acabaram revelando, mais que a passagem do tempo, a própria expressão do lugar nesse contexto colonial.
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