Avaliação de um ELISA competitivo para detecção de anticorpos contra Babesia bovis
Resumo
A babesiose bovina, causada por Babesia bovis e Babesia bigemina, é a doença
mais importante transmitida por carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus em áreas
tropicais e subtropicais da América do Sul. O diagnóstico definitivo pode ser feito
através da detecção de eritrócitos infectados em esfregaços sanguineos, porém a
parasitemia em sangue periférico é frequentemente muito baixa para que esse
método seja utilizado de forma confiável para fins de diagnóstico. Por esse motivo,
vários testes sorológicos, incluindo a fixação de complemento, hemaglutinação
indireta e imunofluorescência indireta (IIF) têm sido usados para detectar anticorpos
em bovinos infectados. Embora estes testes permitam a detecção de animais
persistentemente infectados, eles têm limitações na especificidade e/ou
sensibilidade. O IIF tem sido o mais sensível, mas a reatividade cruzada entre as
espécies, interpretação subjetiva, e baixa produção tem limitado a sua utilidade. Os
ELISA têm encontrado ampla aplicação no diagnóstico de doenças infecciosas. O
formato cELISA (competitivo) pode fornecer um nível adicional de especificidade,
pois o anticorpo é dirigido para um epitopo único específico para o organismo a ser
detectado. Por estas razões, este estudo teve como objetivo avaliar a sensibilidade e
especificidade do cELISA comparado com IIF e nested PCR (nPCR) para
diagnóstico de babesiose causada por B. bovis. Para tanto, amostras de sangue
bovino foram coletadas no Brasil e na Argentina e processadas para o diagnóstico
de B. bovis. Utilizou-se o nPCR como teste padrão para a validação do cELISA, e a
IIF como teste comparativo. O cELISA para diagnóstico de B. bovis apresentou-se
de fácil processamento, com altos níveis sensibilidade e especificidade, além da
rapidez no processamento de amostras em larga escala, sendo de grande utilidade
para casos de surtos de babesiose bovina

