Ficções regulativas, psicologia do erro e a questão dos valores em Nietzsche.
Resumo
Esta pesquisa tem por objetivo expor certa articulação perspectivista do
conhecimento, as implicações epistemológicas e éticas do pensamento tardio de
Nietzsche segundo seu viés genealógico. Demonstraremos o processo da
racionalidade, sua dinâmica a partir da noção de ficções regulativas e a crítica
do autor à psicologia do erro, baseado em sua descrição dos sentimentos
reativos. Assim, explicitaremos como Nietzsche articula essa crítica, para
posteriormente efetivar sua emancipação filosófica. Adentraremos em alguns
aspectos da psicologia moral de Kant, bem como em algumas nuances da
descrição dos sentimentos morais a partir de Rée, a fim de apresentarmos a
própria psicologia de Nietzsche e seu protagonismo para criação de novos
valores. Deste modo, exploraremos três blocos dos problemas a serem
enfrentados: 1°) Está o conhecimento racional (filosófico e científico), na base da
construção da moral, ou seja, deriva dessa última?; 2°) Analisando o
perspectivismo nietzschiano frente a possíveis aproximações e afastamentos em
relação ao legado crítico kantiano, cabe atribuir a Nietzsche algum tipo de
apriorismo?; 3°) A psicologia forjada por Nietzsche é condição de possibilidade
para a criação dos valores afirmativos? Articularemos nossa investigação
partindo destas indagações. Buscaremos, em consonância com alguns
interesses da filosofia contemporânea, revisitar o pensamento de Nietzsche e
demonstrar que sua relevância enquanto teórico está ainda mais garantido no
cenário contemporâneo, não apenas pela crítica negativa, mas também por sua
contribuição construtiva positiva. Para tal, enfatizaremos o vínculo estreito do
perspectivismo em sua filosofia e psicologia, destacando sua importância para
criação de novos valores, que implicam certa conclusão afirmativa, resultado da
possível intersecção entre arte, ética, erro e perspectivismo.
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