As manifestações das paisagens ocultadas: arqueologia da Pelotas de trabalhadoras sexuais.
Resumo
Partindo de uma perspectiva putafeminista, procuro compreender nesta pesquisa arqueológica as estratégias de resistência das trabalhadoras sexuais aos processos de exclusão (às políticas de controle e disciplinarização de seus corpos) no cotidiano da cidade de Pelotas (RS), responsáveis por naturalizar as opressões de gênero, classe, raça e etnia sofridas por elas. Para isso, realizei um estudo das paisagens onde os prostíbulos do século XX estavam situados, fazendo reflexões sobre o trabalho sexual no contemporâneo. Com o intuito de evocar essas paisagens, já que as casas de prostituição não foram preservadas, utilizei de metodologias arqueológicas alternativas, tais como vídeo, cartografia em desenho e pintura. A partir dessa pesquisa, discuto duas intervenções arqueológicas realizadas na cidade no Dia do Patrimônio: a exposição “A luta das trabalhadoras pelo direito de habitar a cidade de Pelotas” e a performance “Flor de Papel”. Ambas foram realizadas em espaços públicos com o objetivo de manifestar à população pelotense as paisagens dos prostíbulos que foram ocultadas pelo poder para que não se ouça mais falar das prostitutas que neles trabalhavam.
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