Uso de amidas na criopreservação seminal de galos
Resumo
Embora a primeira criopreservação de sêmen tenha ocorrido com sêmen de galo,
outras espécies evoluíram mais no uso da técnica. Além do custo inicial com a
adequação das instalações e mão de obra para a coleta, processamento e
inseminação seminal, o sêmen de galos é mais sensível que o de mamíferos ao
processo de criopreservação, resultando em redução de fertilidade. Uma vez que o
glicerol, tradicional crioprotetor, apresenta ação contraceptiva no trato reprodutivo da
galinha, o uso de crioprotetores alternativos se faz necessário. Para aprimorar os
protocolos nesta espécie testamos as amidas dimetilacetamida (DMA) e
metilformamida (MF), em diferentes concentrações (3%, 6%, 9% e 12%) no diluente
final e equilibradas com o sêmen por diferentes períodos prévios ao congelamento
(1 min, 3 min, 5 min, 7 min e 9 min). Após o descongelamento, foi avaliada a cinética
espermática com o uso do Computer Assisted Sperm Analysis (CASA) e
características bioquímicas e ultraestruturais através da citometria de fluxo. Ambas
as amidas geraram maior proteção à membrana plasmática quando utilizadas em
altas concentrações, embora nessas concentrações a motilidade tenha sido
reduzida. Cada amida agiu de acordo com suas características físico-químicas e as
condições nas quais se obteve maior motilidade com o menor dano celular aparente
foram DMA 6% com 3 minutos de equilíbrio com o sêmen e MF 3% com 3 a 7
minutos de equilíbrio.