Levantamento sobre Produção de Biogás em Aterros Sanitários no Brasil entre os anos de 2012 e 2022 a partir de Pesquisa Bibliométrica e Estimativa de Potencial Energético do setor no Rio Grande do Sul
Resumo
Os resíduos sólidos urbanos, são hoje um dos principais problemas a serem enfrentados, principalmente nos grandes centros urbanos. A economia circular consiste num ciclo de desenvolvimento positivo e contínuo que preserva e valoriza o capital natural, otimizando a produção de recursos e minimizando os riscos, através da gestão de inventários finitos e fluxos renováveis. A maior parte dos aterros sanitários tem sido utilizada para destinação final de resíduos sólidos urbanos, porém, estes tem sido cada vez fonte de geração de energia, uma vez que os aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos contribuem de maneira significativa para a emissão de gás metano (CH4). O objetivo deste trabalho foi analisar a partir de revisão bibliométrica, utilizando mapas mentais gerados pelo software VOSviewer, os dados utilizados foram coletados da base de dados da Scopus, sobre produção de biogás em aterros sanitários no Brasil durante a última década, além disso, foi estimado o potencial de produção de energia elétrica , bem como, a venda de créditos de carbono, a partir da geração de biogás dos RSU de aterros sanitários da região, visando impulsionar a transição energética e a economia circular no setor. Os potenciais energéticos foram calculados a partir de dados do SNIS, das cinco cidades mais populosas do estado do Rio Grande do Sul, das quais, Porto Alegre apresentou o maior potencial de geração de metano, igual a 22.700 tCH4/ano, representando 57% da geração dos municípios, seguido por Caxias do Sul com a geração de 5.230 tCH4/ano, representando 13% da geração total dos municípios. Canoas apresentou o terceiro maior potencial de 4.700 tCH4/ano, representando 12% da produção estadual, seguido de Pelotas e Gravataí com a geração de 3.830 e 3.500 tCH4/ano, respectivamente. Quanto a geração de energia elétrica, o estado apresentou um potencial t de 5,03 E+08 kWh/ano, enquanto o potencial dos municípios em conjunto foi estimado em 1,49E+08 kWh/ano, correspondendo a 30% do potencial total do RS. Por fim, o valor estimado que poderia ser obtido das vendas dos créditos de carbono foi de 53,7 milhões de euros ao ano, em média 4,48 milhões ao mês para Porto Alegre, sendo equivalente a 292,66 milhões de reais ao ano. O município de Caxias do Sul poderia receber aproximadamente 68,67 milhões de reais ao ano (12,6 mi EUR/ano), seguido de Canoas, arrecadando cerca de 11,1 mi EUR/ano (60,5 mi R$/ano), enquanto os municípios de Pelotas e Gravataí poderiam obter cerca de 9,05 e 8,27 milhões de euros ao ano, respectivamente.