Construção de narrativas imagéticas e grupos em processo de exclusão: colagens, margens e espaços urbanos

Abstract

Narrar com imagens é um exercício de perceber e complexificar. Criar uma colagem é estabelecer uma relação com o que se observa numa experiência dialética, atravessada por interferências e afetações e mediada pela forma como lemos o mundo (DANTAS, 2022). Assim, as possibilidades criativas envolvidas na construção de narrativas imagéticas com colagens são infinitas, visto que cada pessoa tem uma bagagem única de memórias, vivências e sentimentos. Além disso, com a colagem, a arte, a antropologia e a imagem podem andar juntas e contribuirem para que se dissolvam dicotomias e para que as contradições sejam integradas. Meu encontro com esta técnica ocorreu quando estava no início do mestrado em Sociologia (PPGS/UFPel), no período de pandemia da Covid-19, e seguem ocorrendo até hoje, em meu processo formativo enquanto Doutora em Sociologia (PPGS/UFPel). Para esta escrita, foram considerados os desdobramentos e resultados de trabalhos que desenvolvi, entre os anos de 2020 e 2022, no âmbito do projeto de pesquisa Margens: grupos em processo de exclusão e suas formas de habitar Pelotas, vinculado ao Grupo de Estudos Etnográficos Urbanos (GEEUR), do Departamento de Arqueologia e Antropologia (DAA) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), bem como nos projetos de extensão a ele vinculados: Terra de Santo: Patrimonialização de Terreiro em Pelotas, Passo dos Negros: Exercício de Etnografia Coletiva para Antropólogos/as em Formação e Mapeando a Noite: o universo travesti.