Trajetórias de lutas por reconhecimento na formação continuada de professores da infância
Resumo
A pesquisa está vinculada à Linha de Pesquisa Formação de professores, ensino, processos e práticas educativas do Programa de Pós-Graduação em Educação (Linha 4) da Universidade Federal de Pelotas, sob orientação da Profa. Dra. Maiane Liana Hatschbach Ourique. Possui como objetivo principal compreender e analisar os indicadores de presença e ausência do reconhecimento docente de professores da infância, percebendo as lutas por reconhecimento e como as imagens de docência repercutem nos espaços de formação continuada. Orienta-se pela seguinte problemática: Quais imagens de reconhecimento docente são repercutidas na formação continuada de professores da infância? Possui uma abordagem hermenêutica reconstrutiva, buscando principalmente a compreensão sobre a reflexão. No contexto atual, ainda repercutem imagens estereotipadas sobre a docência, sustentadas, especialmente, em dispositivos assistencialistas e reificantes das subjetividades de professores. O desejo de pesquisa é, portanto, compreender como as imagens de docências repercutem nesses espaços de formação, a fim de perceber as marcas de reconhecimento e esquecimento de reconhecimento nas trajetórias dos docentes, bem como as implicações desses vestígios na autorrealização. Dessa forma, busca-se analisar dois cursos de formação continuada relacionados à Infância, ocorridos durante o período de pandemia. As formações continuadas não podem se reduzir a fins imediatos de aplicações de técnicas e métodos, mas contribuir para um trabalho mais reflexivo, possibilitando a emancipação dos sujeitos através do diálogo, da escuta e do respeito à subjetividade. As experiências de reconhecimento fornecem condições para a autorrealização positiva e quando não ocorre o reconhecimento, o docente sente-se ameaçado, ocorrendo a perda da autoestima e a ausência da autorrealização. É preciso resistir às barbáries presentes nos discursos relacionados à docência para reconhecermos o sujeito-professor em sua totalidade e não sermos atraídos por formações que não sustentam a reflexão e a emancipação. Essa resistência às barbáries só será possível através da participação, da compreensão holística e sensível de uma formação que acolhe e reconhece os sujeitos por meio do diálogo e da escuta.