Maternidade compulsória: valoração e discurso intolerante em comentários no Facebook

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Data
2024-08-16Autor
Santos, Ana Clara Molina dos
Metadata
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O presente trabalho tem como objeto de pesquisa o caso que envolveu uma atriz
brasileira em 2022. A atriz, em questão, engravidou em decorrência de um estupro,
porém descobriu a gravidez apenas no final dela, optando por ter o bebê e
entregá-lo para adoção. Todavia, a privacidade da jovem foi exposta por uma
profissional da saúde presente no parto que entregou as informações sobre o
ocorrido à imprensa. Ao se tornar público, muitas pessoas começaram a emitir
opiniões a respeito da atitude da atriz, condenando duramente sua conduta de não
assumir o papel de mãe do bebê. Dessa maneira, nos sentimos instigadas a
analisar comentários-enunciados presentes na publicação de uma revista na rede
social Facebook que julgavam a atitude dela. Para isso, nos ancoramos nos
pressupostos teóricos-metodológicos do Círculo de Bakhtin, com foco no conceito
de valoração, além de utilizarmos a noção de discurso intolerante, elaborada por
Diana Luz Pessoa de Barros. As análises foram realizadas seguindo os
procedimentos analíticos propostos por Sobral (2006): descrição, análise e
interpretação. Os resultados obtidos a partir das análises nos mostraram que eles
mobilizam diferentes tópicos que revelam uma visão de mundo que crê que toda
mulher, por ser mulher, deve ser mãe. Sendo assim, as que não seguem esse
caminho merecem que discursos intolerantes sejam proferidos a elas.