O uso de tecnologias digitais por professores de línguas em formação: reflexões sobre práticas de estudo mediadas por TDICs
Resumo
A pandemia de Covid-19 gerou uma série de mudanças e desafios nas relações
sociais, fazendo com que diferentes âmbitos de nossa sociedade precisassem se
adequar à nova realidade. Repentinamente, as tecnologias digitais tornaram-se
recursos imprescindíveis para a manutenção de setores primordiais, principalmente
no que concerne ao campo educacional (Gomes Junior; Silva; Paiva, 2022). Embora
o uso de plataformas e ferramentas digitais tenha se tornado familiar para alguns
docentes somente no período pandêmico, para grande parte dos estudantes o contato
com recursos tecnológicos já era rotineiro, por fazerem parte de uma cultura integrada
por inúmeros aparatos digitais. Pesquisas apontam que o uso crítico da tecnologia
nos estudos é passível de incentivar a aprendizagem autônoma, tornando o ensino e
aprendizagem de línguas mais eficaz e pautado na criticidade (Rojo, 2012; Monte Mór,
2008; Ferraz; Nogarol, 2016). Neste sentido, esta pesquisa buscou investigar os usos
das TDICs feitos pelos estudantes das licenciaturas em Letras da Universidade
Federal de Pelotas. Surgiu como norteadora para o desenvolvimento deste estudo a
seguinte pergunta: os professores de línguas em formação utilizam tecnologias
digitais enquanto ferramentas de estudo? Partindo e indo além desse questionamento,
esta pesquisa buscou analisar outros aspectos: I) quais dispositivos, plataformas e
ferramentas digitais os estudantes das licenciaturas em Letras utilizam em suas
práticas de estudos; II) em quais ambientes esses discentes estudam; III) por quais
motivos utilizam esses recursos e IV) se já lecionam, se usam essas tecnologias em
suas salas de aula. Para a coleta dessas informações, foi utilizado um questionário
on-line, elaborado na plataforma Red Cap, que contou com questionamentos
relacionados aos objetivos supramencionados. Os participantes foram alunos dos 1º,
3º, 5º, 7º e 8º semestres que foram convidados a responder o questionário em dos
laboratórios da universidade-sede. Os resultados apontam para o uso frequente de
plataformas e ferramentas variadas nas práticas de aprendizagem dos professores
em formação; demonstram a alta aderência de dispositivos móveis para tal momento
e explicitam a sensação de autonomia e flexibilidade de tempo propiciada pelas
tecnologias. Ademais, esses achados evidenciam uma tendência ubíqua para as
práticas de aprendizagem (Coll; Monereo, 2010), corroborando a emergência de
ambientes pessoais de aprendizagem (Downes, 2005).