Política monetária e a heterogeneidade nas restrições de crédito

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Data
2022-10-17Autor
Melo Junior, Roberto Bezerra de
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Mostrar registro completoResumo
O presente estudo utiliza o método de diferença em diferenças para estimar o impacto da
política monetária no período da pandemia da COVID-19 no mercado de crédito
brasileiro, mais especificamente se durante a pandemia os bancos ofertaram crédito de
maneira heterogênea, de acordo com o porte das empresas, e se as pequenas empresas
foram as menos beneficiadas pela expansão do crédito. Para tal utilizamos duas formas
funcionais distintas, uma para testar a hipótese de heterogeneidade, observando apenas o
porte das empresas, e outra considerando o porte e a modalidade de crédito. Foram
encontrados indícios de que as pequenas empresas receberam em média 66,89% menos
crédito do que as grandes empresas durante o período da pandemia do COVID-19, as
micro e médias 32,68% a menos e ao observar as micro, pequenas e médias esse efeito é
ainda maior, recebendo 36,97%, validando a hipótese de heterogeneidade no mercado de
crédito. Em consonância com os resultados preliminares observados na especificação 1,
ao se adicionar a interação entre os portes observa-se que as grandes empresas foram as
principais beneficiadas, pois o crédito para capital de giro ofertado para as grandes
empresas apresentou um crescimento médio, no período da pandemia, de
aproximadamente 177% em relação ao habitacional. Em contrapartida, enquanto as
grandes empresas apresentam um crescimento expressivo ao se analisar o cenário para as
micro empresas esse valor é infinitamente menor, apresentando um crescimento médio
de apenas 15%. Podemos então concluir de durante a pandemia da COVID-19 as políticas
monetárias foram mais benéficas para as grandes empresas, enquanto as micro foram as
menos beneficiadas.