Ciclos econômicos e emissão de CO2 no Brasil: análise dinâmica para políticas ambientais ótimas
Resumo
Investigamos como possíveis políticas de mitigação de CO2 no Brasil podem responder dinamicamente aos ciclos econômicos gerados por choques de produtividade. A pesquisa também possibilitou o cálculo do saldo dos custos de mitigação e de poluição – uma contabilidade que ainda não havia sido feita em equilíbrio geral para o país. Empregamos uma metodologia mais avançada que a habitualmente utilizada neste tema, integrando a política ambiental aos choques de produtividade através de dois modelos de Ciclos Econômicos Reais (RBC) em Equilíbrio Geral Dinâmico e Estocástico (DSGE), construindo cenários de políticas de impostos e de teto de emissões, em economias estilizadas que incluem uma externalidade de poluição. Concluímos que o custo de mitigação é mais baixo que o da poluição no Brasil, mesmo supondo uma política estática; justificando a adoção de políticas restritivas no país. E encontramos que diante de choques de produtividade o comportamento da mitigação é pró-cíclico – a redução das emissões deve aumentar (diminuir) junto com o produto. Assim, no choque positivo, tanto a taxa de imposto quanto o teto de emissões também devem aumentar, habilitando um crescimento das emissões, mas a um nível menor que o cenário sem política.