Desempenho de genótipos de cana-de-açúcar em cinco locais no Rio Grande do Sul
Resumo
A cana-de-açúcar tem grande importância no estado do Rio Grande do Sul por estar associada às atividades desenvolvidas pela agricultura familiar, sendo utilizada para fins comerciais como produção de cachaça, açúcar mascavo, melado, rapadura e álcool, além de ser utilizada para consumo na propriedade, ou comercialização informal de produtos. A cultura é fortemente influenciada pelas variáveis meteorológicas: temperatura do ar, radiação solar global e chuva, as quais interferem diretamente na produtividade, tanto de colmos como de açúcar. Portanto, a interação entre genótipo e ambiente é um dos principais fatores a ser avaliado no desenvolvimento de um sistema de produção. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de genótipos de cana-de-açúcar de ciclo precoce e médio-tardio em diferentes ambientes no estado do Rio Grande do Sul. As variáveis avaliadas foram: tonelada de colmos ha-1 (TCH), tonelada de sólidos solúveis totais ha-1 (TSSTH), eficiência do uso de radiação solar global em produção (Ef Rs), maturação e tolerância ao frio dos genótipos. Para a análise de adaptabilidade e estabilidade dos genótipos aos ambientes de teste foi utilizada a metodologia AMMI (Análise de efeitos principais aditivos e interações multiplicativas), com base nas variáveis TCH, TSSTH e Ef Rs. Os resultados indicam a ocorrência de interação entre genótipo e ambiente, havendo genótipos estáveis e de ampla adaptação aos ambientes de teste. Os grandes destaques entre os genótipos foram o RB975932 (G12) de ciclo precoce com 124,3 toneladas de colmos ha-1, 24,8 toneladas de sólidos solúveis totais ha-1e eficiência de produção de 2,20 g MJ-1, e o RB996527(G23) de ciclo médio-tardio com 125,3 toneladas de colmos ha-1, 24,0 toneladas de sólidos solúveis totais ha-1 e eficiência de produção de 2,22 g MJ-1, os quais apresentaram superioridade em produtividade de colmos e açúcar, eficiência do uso de energia solar em produção e estabilidade em relação as suas respectivas variedades testemunhas RB855156 (G11) e RB867515 (G25). Para tolerância ao frio tanto os genótipos de ciclo precoce quanto de ciclo médio-tardio, apresentaram comportamento diferenciado com notas variando de 1 (gema viva) a 5 (gema morta), assim como para maturação com valores variando entre 13,8 e 23,4 °Brix. Os ambientes de teste de maior produtividade tanto para os genótipos de ciclo precoce quanto para os médio-tardios foram São Luiz Gonzaga (A6- 1° soca), Santa Rosa (A7 - cana planta) e Santa Rosa (A8 - 1° soca), com produtividades médias acima da média geral dos ambientes.

