A Colônia Francesa de Pelotas e seus acervos culturais: memória, história e etnia
Resumo
Este estudo histórico pretende conhecer os suportes de memória formados, escolhidos e utilizados por um grupo de indivíduos, descendentes de famílias francesas que chegaram ao município de Pelotas, sul do Rio Grande do Sul em 1880, para fundar a Colônia Francesa de Santo Antônio. Estes suportes são de diversos tipos, escritos, visuais, materiais ou orais e formam um acervo cultural capaz de possibilitar a compreensão do espaço, das relações sociais, das permanências e rupturas históricas e da identidade deste grupo étnico, dito francês. Os suportes foram criados durante a trajetória histórica do grupo enquanto os indivíduos buscavam estratégias de sobrevivência econômica e reprodução cultural.
Portanto, a pesquisa enfoca a própria relação entre memória social e os suportes de memória da comunidade étnica. Nesta pesquisa, três famílias descendentes dos
franceses fundadores da Colônia foram entrevistadas, em cada família até quatro gerações deram testemunho. A escolha destas famílias se deu pela diferença de
trajetória histórica que tiveram. Uma permanece vivendo na Colônia Francesa, outra migrou para a cidade e outra saiu do município de Pelotas. Cada família possui um grau
diferente na sua relação com a Colônia e o grupo étnico.
Assim, quando o grupo étnico faz a gestão de seus acervos culturais, ele utiliza os suportes de memória para manter sua memória social, contar sua história e construir
a identidade étnica. Individualmente, as necessidades sociais de cada um contextualizam diferentes suportes para revelar aspectos evocados à memória, da história e sua
etnicidade