Mulheres Negras em Movimento: trajetórias militantes, negritude e comida no Sul do Rio Grande do Sul
Resumen
A crescente e atual mobilização de identidades negras no Atlântico Negro tem sido
estimulada por elementos, objetos e práticas que partem de uma construção renovada
da cultura negra. Tratam-se, sobretudo, de referências negras não-tradicionais
relacionadas à modernidade. Tendo em vista esta assertiva e sua reverberação nas
zonas e regiões mais longínquas do Atlântico Negro,o foco da análise a que se propõe
este trabalho evidencia o processo de construção da negritude de um grupo de
mulheres negras do extremo sul do Brasil. No decorrer do texto, identificamos e
problematizamos os elementos mobilizados na afirmação da negritude. É dada especial
atenção às comidas e pratos reproduzidos pelo grupode mulheres observado, que vêm
sendo classificados como gastronomia afro entre estes, o vatapá à moda gaúcha e o
quibebe. Em paralelo, o estudo descreve a emergência e consolidação do movimento
negro e as bases da luta anti-racista local, ambos vinculados à trajetória de militância
destas mulheres agentes de pastoral negras