Uma etnografia na Comunidade Negra Rural Cerro das Velhas: memória coletiva, ancestralidade escrava e território como elementos de sua auto-identificação quilombola.
Abstract
Esta Dissertação tem como objeto o processo de auto-identificação quilombola vivenciado pela comunidade negra rural Cerro das Velhas, situada na localidade da
Armanda, 5º Distrito de Canguçu, Brasil. Através do método etnográfico, aponta-se a memória coletiva e documentos historiográficos vinculados às velhas escravocratas que deram origem a esse coletivo, a partir de uma deixa de terras. A
ancestralidade escrava, as estratégias de territorialização e a própria memória coletiva são elementos que contribuem para que os negros dessa comunidade se auto-identifiquem como quilombolas. A partir da problematização do processo de
auto-identificação quilombola para esta comunidade negra rural específica, aparecem as seguintes questões: a partir de que pressupostos a identidade social é redefinida enquanto quilombola; quais marcadores identitários contribuem para a
construção deste processo de auto-identificação e quais as principais estratégias de reprodução camponesa/territorialização da mencionada comunidade favorecem sua auto-identificação quilombola, reconhecendo redes sociais e mediadores externos. Assim, o texto etnográfico se desenvolve apresentando dados sobre memória
coletiva, identidade, estratégias de territorialização e importância da Associação Quilombola Cerro das Velhas na elaboração da auto-identificação quilombola, processo este relacional e dinâmico