Os processos de permanência dos estudantes do PROEJA do IFSul, Campus Pelotas.

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Data
2012-09-28Autor
Katrein, Beatriz Helena Siqueira
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Este estudo teve como objetivo principal conhecer os fatores que constituem as histórias de permanência dos estudantes do PROEJA - IFSul - Campus Pelotas. A pesquisa de abordagem qualitativa teve como foco investigativo um grupo de oito estudantes da segunda turma do PROEJA que ingressaram, permaneceram e formaram-se técnicos em Manutenção e Suporte em Informática em agosto de 2011. A dissertação, além de apresentar diferentes abordagens teóricas que discutem os processos de exclusão produzidos no interior das escolas, aborda o debate em torno do desafio de aproximar a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Profissional e Tecnológica na constituição do PROEJA. Apresenta um breve estudo dos campos em diálogo nesse contexto educacional e um detalhamento do PROEJA como política educacional de ampliação do acesso de jovens e adultos à educação básica, que possibilita a escolarização e profissionalização de nível médio, por meio de uma formação integral de trabalhadores. Nesta pesquisa foi utilizado como instrumento de coleta de dados, entrevistas semi-estruturadas e análise de documentos. A metodologia adotada para análise dos dados foi a análise de conteúdo, orientada por duas abordagens teóricas complementares, uma referente ao estudo de Charlot (1996), que identifica diferentes articulações dos processos de mobilização, atribuídos pelos estudantes de periferia ao sentido de irem para escola e lá permanecerem estudando, e a outra, referente aos estudos que deram origem às características sociológicas da prática pedagógica mista, proposta pelas autoras Moraes e Neves (2009), fundamentadas na teoria do discurso pedagógico de Bernstein (1996). Nesse procedimento, foi analisada a permanência a partir da mobilização dos estudantes em relação à escola (o sentido atribuído ao fato de voltarem à escola); da mobilização dos estudantes na escola (o investimento no estudo); e de referências às características sociológicas da prática pedagógica utilizada nas aulas do PROEJA. A pesquisa mostrou que os estudantes permaneceram no PROEJA mobilizados pelo sentido que atribuíram ao retorno à escola (escolarização; profissionalização; e melhora de vida) vivenciando, no seu interior, processos de mobilização que foram identificados por três temas, entre os quais, o mais destacado foi o convívio e o apoio de colegas e professores. Apresentou ainda, o respeito aos diferentes tempos de aquisição de aprendizagens; a comunicação aberta entre estudantes e professores; e o compartilhamento de espaços e materiais, como as principais características do modelo pedagógico do PROEJA que facilitaram a permanência dos estudantes no curso.