NÃO ESTÃO NA ESCOLA?: Um estudo sobre a evasão na Educação de Jovens e Adultos nos Anos Iniciais na Rede Municipal de Pelotas
Resumo
A pesquisa apresenta um estudo sobre a evasão de pessoas jovens e adultas das classes dos anos iniciais da EJA. A opção por pesquisar tal fenômeno é resultado dos processos de estudos nos grupos de pesquisa MovSE (Movimentos Sociais, Escola Pública e Educação Popular) e FePráxiS (Filosofia, educação e Práxis Social), da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Pelotas. No processo houve a identificação da relevância do tema no cenário educacional brasileiro e o reconhecimento da educação de jovens e adultos como um problema que marca a história da educação no Brasil e em Pelotas, no que se refere ao ensino escolarizado. O referencial teórico-metodológico, de base qualitativa, alinha-se a perspectiva Materialista Histórica Dialética. Optou-se por um estudo de caso realizado em uma escola da periferia do município de Pelotas. As estratégias de coletas de dados foram observações e entrevistas realizadas, em 2012, com a equipe diretiva (diretora e coordenadora pedagógica) e duas professoras das turmas dos anos iniciais da EJA. Também foram entrevistados, em suas residências, 24 alunos que abandonaram os estudos nos anos de 2009, 2010 e 2011. A sistematização, para fins de análise, considerou a faixa etária, ocupação/trabalho, gênero, etnia e origem em relação ao urbano e rural. Dentre as causas da evasão, a pesquisa concluiu que os fatores macrossociais, que influenciam diretamente nas condições básicas de subsistência e manutenção da vida se sobressaem aos fatores microssociais, relação didático-metodológica: a escola brasileira está incluída em um sistema excludente que expulsa os jovens e adultos da escola, também pela evasão, negando-lhe o direito de acesso ao conhecimento historicamente produzido pela humanidade.